A Justiça determinou que a massa falida da construtora Encol pague R$ 210 milhões a ex-funcionários. A empresa goiana, que já foi uma das maiores do país, declarou falência em 1999, deixando 710 obras inacabadas pelo Brasil, 23 mil desempregados e 42 mil clientes sem dinheiro e sem os imóveis que haviam comprado.

A juíza Luciana Amaral apontou em sua decisão que, com o pagamento atual, 76% de todos os credores trabalhistas terão os saldos quitados. Os funcionários vão receber, individualmente, R$ 25 mil.

O síndico da massa falida, Miguel Cançado, disse que será feito um cronograma de pagamento dos valores e que eles serão pagos “o mais breve possível”. Ele explicou ainda que o dinheiro usado para a quitação com os credores veio da venda de bens da massa falida e recebimento de valores de demandas judiciais favoráveis à empresa.

A Encol foi fundada em 1961 pelo engenheiro Pedro Paulo de Souza, em Goiânia. A empresa atuava, inicialmente, no setor da construção civil. Depois, diversificou suas atividades entre diversos outros setores como a fabricação de tintas, portas e esquadrias.

O dono da construtora chegou a ser preso em abril de 2010 por crime contra o sistema financeiro. Um dia depois, ele conseguiu um habeas corpus. Segundo o Ministério Público Federal de Goiás, ele foi condenado, ainda em 2000, a quatro anos e dois meses de prisão em regime semiaberto e a 266 dias de multa. O processo, no entanto, só foi concluído em 2010, quando já tinha prescrito.

Desde que houve a decretação da falência, já foram pagos aproximadamente R$ 440 milhões, contando com a parcela atual. Ainda restam 1.972 ex-funcionários para receber outros valores além dos R$ 25 mil já determinados.

Cançado explica que após todos os ex-funcionários receberem os valores devidos, ainda existe uma série de outros credores a serem pagos, como fornecedores e até a União. O síndico da massa falida ressaltou, no entanto, que não há previsão de quando isso ocorra ou se esses outros credores conseguirão receber o pagamento devido aos altos valores.

G1 Goiás