O Governo de Goiás desenvolveu um moderno sistema de monitoramento que utiliza a inteligência artificial na fiscalização de possíveis casos de sonegação de impostos e concorrência desleal. Desde o último dia 11, a Central de Operações Estaduais (COE) realiza o cruzamento de dados recebidos de antenas de comunicação instaladas em todo o estado. O novo reforço foi apresentado em uma reunião com o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) na manhã desta quinta-feira (27), na Secretaria da Economia, em Goiânia.

Goiás desenvolve trabalho pioneiro no País ao adotar o cruzamento de dados de 100% das notas com as informações dos caminhões que circulam no estado. “Meu compromisso será sempre com a governabilidade e com a responsabilidade fiscal”, disse o governador. O crime de sonegação fiscal afeta diretamente o Estado, ao deixar de arrecadar recursos que seriam aplicados em setores como saúde, educação e segurança. Caiado asseverou que o governo estadual vai se amparar em tecnologia de ponta e na expertise de profissionais qualificados para fazer o monitoramento diário dos dados.

A central já opera desde novembro e adota o sistema de fiscalização seletiva inteligente, com o acompanhamento diário das emissões de notas fiscais eletrônicas por meio do monitoramento on-line. Agregar o sistema de inteligência artificial vai ajudar os auditores a identificar todos aqueles veículos que estejam de fato transportando carga com indícios de sonegação, no entendimento da secretária interina da Economia, Selene Peres Nunes. “Vai aumentar a percepção do risco do sonegador”, salientou. Com o novo sistema, o serviço, que demorava até três meses, agora é realizado entre uma e duas semanas.

Como funciona


Foram instaladas pela Secretaria da Economia 72 antenas, das quais 31 já estão em pleno funcionamento. Elas possuem um equipamento que fotografa as placas dos veículos de carga e envia para avaliação fiscal no centro de tecnologia da Secretaria. A partir da leitura das placas, o sistema captura os dados atualizados sobre a documentação fiscal que foi emitida para o veículo fiscalizado, com tecnologia capaz de fazer o cruzamento de dados em tempo real. Em caso de dúvida, será feita a abordagem do contribuinte.

O novo modelo permite que o fiscal saiba quais veículos estão transportando produtos com ou sem nota, com o peso errado ou correto. A COE também vai subsidiar as unidades de fiscalização de mercadorias em trânsito, além de elaborar um relatório mensal para a Superintendência de Controle e Fiscalização. As prioridades da fiscalização pelo auditor fiscal serão os contribuintes com cadastro irregular e envolvimento em simulações, fraudes e irregularidades no transporte de mercadorias e na Nota Fiscal Eletrônica (NFe).