Um áudio publicado em aplicativo de mensagens atribuído a um médico em Goiânia alerta para a saturação de hospitais particulares em Goiânia. O alerta diz que há filas nas instituições particulares que, na capital, não possuem mais vagas para dar conta da alta demanda com o avanço da chamada segunda onda da pandemia de Covid-19.

“Não tem vaga em nenhum lugar da cidade. Orion, Hospital Neurológico, Hospital dos Acidentados, Garavelo, Santa Bárbara, IOG, Santa Bárbara, Amaparo, Santa Helena, Hospital do Coração. Tudo sem uma única vaga sequer. Agora não é hora de pegar Covid-19”, diz o relato.

A situação relatada pelo médico no áudio é corroborada por carta aberta publicada pela Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahapceg).

“Informamos que nesta sexta-feira, 19 de fevereiro, não há disponibilidade de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nos hospitais associados da Ahpaceg. Esses leitos encontram-se ocupados ou bloqueados para pacientes graves já em atendimento nos hospitais, por isso, não podem ser abertos para novas internações”, alerta a carta da Associação.

A Associação ainda aponta que o aumento da oferta de vagas neste atual cenário é inviável. A situação é diferente de 2020, pois as instituições estão, atualmente, recebendo pacientes com outras enfermidades, coisa que não acontecia no ano passado, quando muitas pessoas deixaram de procurar os hospitais temendo a contaminação pelo coronavírus.

“Os hospitais também encontram-se descapitalizados e sem condições financeiras para novos investimentos. Essa situação decorre de problemas, como o aumento dos custos assistenciais em 2020, quando nossos gastos com medicamentos, pessoal e Equipamentos de Proteção Individual, por exemplo, aumentaram expressivamente e não tivemos apoio dos Governos ou contrapartida das operadoras de planos de saúde”, relata a carta aberta.

SUS

A situação contrasta com a afirmação do secretário municipal de governo, Andrey Azeredo, na manhã desta sexta-feira, 19, após reunião com empresáriado.

“Embora o governo do Estado tenha apresentado, há alguns dias, um mapa de calor onde coloca Goiânia em situação crítica, os dados do município evidenciam uma situação um pouco diferente”, ponderou o secretário.

Segundo ele, Goiânia não pode ser tratada como os demais municípios, haja vista que “tem feito seu dever de casa”. “Ampliamos em mais de 50 leitos a capacidade de atendimento, temos testado a população toda semana, o que nos dá a clareza de como a doença está evoluindo”.

A Secretaria Municipal de Saúde informa que o mapa de leitos de UTI da prefeitura de Goiânia, do Sistema Único de Saúde, mostra que a ocupação está em 69% para um total de 345 leitos, dos quais 136 de enfermaria, com taxa de 59%.

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