A Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira (13) um ex-vereador, ex-servidores públicos e familiares suspeitos de cobrar R$ 1 milhão em propinas de empresários goianos. Segundo as investigações, eles cobravam os valores para facilitar a instalação das empresas em distritos industriais no estado. Eles usariam o dinheiro recebido para comprar carro de luxo e fazer viagens internacionais. Mesmo assim, alguns ainda solicitaram o Auxílio Emergencial

Ao todo, foram cumpridos 14 mandados de prisão e 12 mandados de busca e apreensão nas cidades de Goiânia, Caturaí, Cristianópolis e Catalão. Duas pessoas são consideradas foragidas. O grupo é investigado pelo crime de corrupção.

Entre os investigados estão dois ex-vereadores de Catalão. Um deles não foi preso e é considerado foragido. Também foram alvos ex-servidores da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego) e familiares. O G1 não conseguiu localizar a defesa dos presos até a última atualização dessa reportagem. A reportagem entrou em contato por email com a Codego e aguarda um retorno sobre a operação.

Pelo menos nove empresas foram vítimas da quadrilha. Segundo as investigações, os crimes aconteceram entre 2016 e 2018.

O grupo identificava empresários que estavam interessados em montar indústrias nos distritos industriais administrados pela então Goiás Industrial, atual Codego. A partir daí, passava a cobrar propina para dar andamento nos processos administrativos necessários.

Dos investigados, sete eram servidores da empresa estatal na época. “Fazia parte do serviços deles entrar em contato com os empresários. Se o empresário poderia obter aquela área por um valor módico, esses servidores usavam essa oportunidade para viabilizar a instalação do empresário naquele local”, disse a delegada Débora Melo.

Alguns empresários que se recusaram a pagar os valores indevidos começaram a ser perseguidos. Membros do grupo teriam, inclusive, ameaçado despejar as indústrias já instaladas.

A polícia explicou que o esquema era tratado de maneira tão corriqueira que parte dos investigava assinava uma espécie de recibo para confirmar as propinas recebidas. Um dos investigados usou o cheque emitido por uma das vítimas para comprar um carro de luxo.

G1