A Secretaria de Saúde Estadual (SES) informou, na noite desta sexta-feira (11), que está apurando dois casos suspeitos de mucormicose em Goiás. Em um dos casos, o paciente está internado em tratamento para a Covid-19. As amostras para exames foram colhidas e encaminhadas para análise no Laboratório Central de Goiás (Lacen).

Um dos pacientes é um homem de 31 anos que está internado no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia. De acordo com o superintendente da unidade, José Garcia, o paciente está em tratamento para Covid-19 e em estado gravíssimo.

O coordenador explicou que a suspeita foi identificada na tarde de quinta-feira (10), quando foram colhidas amostras e encaminhadas ao laboratório. Segundo ele, o paciente tem diabetes e, além disso, começou a desenvolver uma necrose na região nasal, típica da mucormicose.

“Ele está com sistema imunológico muito abatido. A micose é muito invasiva, ele teve coágulos de acometimentos de vasos do pescoço e um acidente vascular cerebral, típicos do quadro clínico da doença”, disse o superintendente.

O segundo caso que está sendo investigado é de um paciente que está internado em um hospital particular no estado. No entanto, a SES disse que ainda não há informações clínicas detalhadas sobre o caso dele.

A secretaria informou ainda que vai divulgar uma nota técnica sobre os casos. A data prevista para o resultado das análises não foi divulgada.

Mucormicose

Segundo o infectologista Marcelo Otsuka, a mucormicose é considerada rara no Brasil, mas não são incomuns em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) de Covid.

Otsuka explica que pessoas com o sistema imunológico debilitado, chamados de imunossuprimidos, diabéticos e pacientes internados em UTI são mais vulneráveis à mucormicose.

“É por isso, por exemplo, que costumamos ver casos de mucormicose em pacientes oncológicos que passam por quimioterapia, principalmente os de câncer dermatológico, assim como em pessoas que utilizam medicamentos que deprimem o organismo, como os corticoides”, exemplifica Otsuka.

O superintendente do Hospital das Clínicas explicou que o fungo não é transmitido de pessoa para pessoa.

“Ele não transmite de pessoa para pessoa. Estamos em contato com o fungo o tempo todo, na poeira, no mofo. A gente pega pelo meio ambiente. Ele aproveita da fragilidade, da imunidade baixa e se transforma em patogênico, causador de doença. É um caso que sempre existiu”, explicou.

LEIA TAMBÉM

G1