O Hemocentro Coordenador Estadual Prof. Nion Albernaz, unidade do Governo de Goiás, sob orientação da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), teve o segundo projeto de pesquisa sobre a Covid-19 aprovado pela Comissão Nacional de Ética e Pesquisa (Conep). Trata-se da infusão de plasma de pessoas curadas da Covid-19 para o tratamento de pacientes da doença em estado grave.

“Nós já estamos prontos para começar as infusões a partir de agora; estamos dependendo apenas de doadores, para termos um estoque mínimo de plasma”, assegura a diretora-médica do Hemocentro, Alexandra Vilela, que coordena o estudo.

Para conduzir os dois projetos, o Hemocentro está em busca de cem voluntários que tiveram a Covid-19 e já se recuperaram para fazerem a doação de plasma convalescente. Para doar, é necessário ter idade entre 18 a 60 anos; peso igual ou acima de 65 Kg – no caso do sexo feminino, é necessário que não tenha gestações prévias –; apresentar resultado de teste positivo para Covid-19 e estar sem sintomas há mais de 14 dias. Os interessados devem entrar em contato com o Hemocentro, pelo e-mail plasma.hemocentro@idtech.org.br ou  telefone (62) 3201-4101.

O uso do plasma convalescente para tratamento de pacientes no estágio grave de Covid-19 será realizado por médicos das unidades referenciadas do Hospital de Campanha para Enfrentamento do Coronavírus (Hcamp), Maternidade Célia Câmara e Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG), todos em Goiânia. “O plasma ficará estocado em geladeiras especiais no Hemocentro, os médicos solicitarão o plasma e a infusão será realizada pelos médicos específicos dessas unidades”, orienta a diretora-médica.

Estudo

Além de Alexandra Vilela, coordenam os projetos a também hematologista do Hemocentro Coordenador Maria do Rosário Ferraz e o pneumologista Marcelo Rabahi, coordenador de Ensino e Pesquisa do Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano (Idtech), organização social responsável pela administração do Hemocentro.

Os projetos contam com a participação de 12 profissionais da saúde das mais diversas áreas de atuação e foram elaborados tendo como base estudos que demonstraram benefício dessa forma de tratamento em infecções virais graves, seja na pandemia de H1N1, seja na atual pandemia de Covid-19. “A ideia original é que, se você infundir anticorpos contra o vírus, esses anticorpos pré-formados anulariam e matariam o vírus antes que ele cause um mal mais intenso nos pacientes”, explica a hematologista Alexandra.

Os estudos levantam a hipótese de que a administração de plasma convalescente contendo anticorpo neutralizante contra o vírus possa trazer uma recuperação mais rápida no estado clínico dos pacientes. No entanto, ainda é uma modalidade de tratamento que requer comprovação científica de sua real eficácia. Para Vilela, a importância desse estudo é porque não há tratamento estabelecido para Covid-19, portanto, todas as terapêuticas, comprovadas por estudos científicos, que possam auxiliar na recuperação do paciente são importantes.

Compromisso

Mais uma vez, o Governo de Goiás reforça seu compromisso com a sociedade, garantindo investimentos para projetos de pesquisa como estes. “Nós entendemos que é papel das instituições públicas participar de pesquisas para novos tratamentos contra a infecção causada pelo coronavírus. Há várias drogas sendo testadas no mundo todo, mas não necessariamente a população brasileira terá acesso a esses medicamentos. O plasma é um produto que pode ser produzido dentro do nosso Estado e rapidamente disponibilizado para os pacientes”, afirma Alexandra.

Governo de Goiás