Goiás aumentou para 35 os casos confirmados de varíola dos macacos em 22 dias. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (2) em um boletim da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). De acordo com a superintendente em Vigilância de Saúde da pasta, Flúvia Amorim, já há a presença de transmissão comunitária da doença em Goiânia.

A secretaria informou que todos os pacientes são homens, com idades entre 23 e 43 anos. A secretaria já descartou 24 casos investigados e ainda apura outros 42 pacientes que estão com a suspeita da doença.

“É considerada transmissão comunitária quando não é possível identificar a cadeia de transmissão, de onde a pessoa se contaminou”, explicou

Os dois primeiros casos da doença foram confirmados no dia 11 de julho em moradores de Aparecida de Goiânia. Desde então, os números têm apresentado crescimento no estado.

Os casos confirmados nesta terça-feira são:

  • Goiânia: 29;
  • Aparecida de Goiânia: 3;
  • Inhumas: 1;
  • Itaberaí: 1;
  • Luziânia: 1.

Além destes, o estado tem 42 casos suspeitos e 24 descartados.

A superintendente ainda ressalta que, apesar do alto número de casos, até a tarde desta terça-feira (2), os pacientes confirmados em Goiás passam bem.

“A maioria dos pacientes tem uma evolução benigna. A taxa de hospitalização e letalidade também têm sido baixa”, complementa Flúvia.

g1 tentou contato com as prefeituras Inhumas e Itaberaí, na tarde desta terça-feira, para saber se as cidades acompanham os casos e aguarda retorno.

A secretaria municipal de Saúde de Goiânia afirmou que, até o momento, não há casos de internação hospitalar por varíola dos macacos no município e que todos os casos estão sendo monitorados.

Além disso, apesar de pontuar que a maior parte dos pacientes tem histórico de viagem a outros estados, confirma a transmissão comunitária na capital, devido a confirmação da doença em pacientes sem histórico de viagens.

Em nota, a Prefeitura de Aparecida de Goiânia, por meio da Secretaria de Saúde, informou que a investigação epidemiológica mostrou que os casos da cidade foram confirmados pelo método laboratorial. Dois dos homens que tiveram a doença já receberam alta do isolamento, ou seja, foram curados.

A pasta ainda informou ao g1 que o terceiro paciente confirmado em Aparecida está sendo monitorado e que foi orientado a ficar em isolamento.

O secretário de Saúde de Luziânia Gonçalo de Sousa informou que o paciente deu entrada em um hospital privado na última terça-feira (26) e relatou que teve contato com uma pessoa em uma festa em Brasília que estava com suspeita da doença. Após isso, ele foi colocado em isolamento e o resultado positivo para a varíola dos macacos saiu nesta segunda-feira.

“Ele está em isolamento, está sendo acompanhado, mas está bem. As pessoas que ele teve contato também estão sendo monitoradas, mas aparentemente não estão com a doença”, disse o secretário de Saúde de Luziânia.https://e5a8231119a012ea6332e48a8e067668.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Varíola dos macacos — Foto: CDC/Associated Press
Varíola dos macacos — Foto: CDC/Associated Press

Sintomas da varíola dos macacos

  • febre
  • dor de cabeça
  • dores musculares
  • dor nas costas
  • gânglios (linfonodos) inchados
  • calafrios
  • exaustão

Transmissão da doença

  • Por contato com o vírus: com um animal, pessoa ou materiais infectados, incluindo através de mordidas e arranhões de animais, manuseio de caça selvagem ou pelo uso de produtos feitos de animais infectados. Ainda não se sabe qual animal mantém o vírus na natureza, embora os roedores africanos sejam suspeitos de desempenhar um papel na transmissão da varíola às pessoas.
  • De pessoa para pessoa: pelo contato direto com fluidos corporais como sangue e pus, secreções respiratórias ou feridas de uma pessoa infectada, durante o contato íntimo – inclusive durante o sexo – e ao beijar, abraçar ou tocar partes do corpo com feridas causadas pela doença. Ainda não se sabe se a varíola do macaco pode se espalhar através do sêmen ou fluidos vaginais.
  • Por materiais contaminados que tocaram fluidos corporais ou feridas, como roupas ou lençóis;
  • Da mãe para o feto através da placenta;
  • Da mãe para o bebê durante ou após o parto, pelo contato pele a pele;
  • Úlceras, lesões ou feridas na boca também podem ser infecciosas, o que significa que o vírus pode se espalhar pela saliva.

G1