A nuvem de fumaça que encobre Goiânia deve permanecer sobre o céu da capital até a próxima quarta-feira (28), informou André Amorim, gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo). Segundo o gerente, mesmo após a diminuição da fumaça, a qualidade do ar deve seguir ruim em Goiás.

“Ela vai permanecer na segunda-feira, terça-feira e na quarta-feira é que nós vamos ter uma diminuição, mas mesmo assim a qualidade do ar ainda fica ruim. Depende demais dos ventos. Não dispersa tão facilmente. Tem que ter uma circulação muito boa para tirar essa fumaça”, disse André.

A região mais afetada do estado é a Centro-Sul, mas parte do Norte de Goiás também foi atingida. O gerente destacou que a nuvem de fumaça encobriu o estado devido ao avanço de uma frente fria, que mudou o fluxo dos ventos e isso empurrou e espalhou as fumaças das queimadas que estão ocorrendo no Norte do país e em Goiás.

“Até ontem a fumaça estava focada mais no Centro-Sul de Goiás, hoje pode oscilar mais para a parte Noroeste do estado, acima de Aragarças. Hoje tem fumaça chegando até Porangatu. Só não está pegando muito para a região Nordeste, mas está praticamente em quase todo o estado”, detalhou André.

O Corpo de Bombeiros informou que no último sábado (24) foram combatidos vários focos de incêndio no estado, o que pode ter contribuído para a nuvem de fumaça em alguns municípios

Além da visão cinzenta do horizonte pela janela, o fenômeno também pode causar riscos para a saúde, segundo a médica infectologista Marina Roriz, do Hospital de Doenças Tropicais (HDT).

“Essa fumaça tem gás carbônico e fuligens, que são partículas maiores irritantes para a mucosa do nariz e de todo o trato respiratório”, disse.

A médica ainda disse que essa condição do clima e da baixa umidade do ar, são prejudiciais, principalmente, para pessoas que já possuem alguma alergia, como rinite e sinusite.

Segundo ela, as crises alérgicas podem vir acompanhadas de outras doenças respiratórias. Roriz ainda destacou que se a fumaça continuar por muito mais tempo no ar, os prejuízos à saúde podem ser a longo prazo também.

“A exposição contínua pode levar a problemas crônicos, como alterações pulmonares e em todo o trato respiratório, além do cansaço crônico”, detalhou.

G1