A diretora de Política Pública do Me Too Brasil, Luanda Pires, foi ameaçada de morte por causa de seu trabalho. A Me Too Brasil é uma organização não governamental (ONG) criada há dois anos e que atua em 250 casos de violência sexual contra mulheres no país.
Luanda Pires, também advogada, informou que procurou a polícia, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Instituto Marielle Franco para pedir a investigação da denúncia, acompanhamento do caso e proteção pessoal. Ela recebeu um e-mail anônimo com uma mensagem informando que um dos acusados de crimes sexuais denunciados pelas vítimas ao Me Too Brasil “está querendo te matar e vendo meios para isso”.
Em nota publicada em seu site, a ONG confirmou e afirmou que repudia as ameaças à diretora da entidade.
“É absurdo, revoltante e aterrorizante que as defensoras de mulheres sejam atingidas pela mesma violência machista e misógina que acomete as vítimas. Não bastando a subnotificação das denúncias de agressões contra as mulheres e a desconfiança contra as denunciantes no sistema Judiciário, nos deparamos ainda com a violência contra as defensoras das vítimas.
A organização, que desde o início das ameaças desenvolveu e tem aprimorado um protocolo de segurança para colaboradoras, voluntárias e diretoras, tem acompanhado o caso junto com outras instituições e presta suporte para a Diretora da organização.
O Me Too Brasil segue acompanhando o caso com grande preocupação e reforça a importância de se buscar a garantia real de segurança das defensoras das mulheres”.
MeToo
Inspirado e influenciado pelo movimento #MeToo, fundado por Tarana J. Burke, nos Estados Unidos, o Me Too Brasil é um movimento contra o assédio e o abuso sexual. O objetivo é amplificar a voz das vítimas e prestar acolhimento por meio de apoio psicológico, jurídico, assistencial e de orientação às sobreviventes e a tomada de providências necessárias junto às autoridades competentes.
Um dos casos em andamento, iniciado pelo Me Too Brasil, é contra o juiz do trabalho e professor de cursinho preparatório Marcos Scalercio. O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) aprovou a abertura de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar as denúncias de assédio sexual que o envolvem.
Agência Brasil