Termo de interdição será entregue nesta terça-feira (30). Secretaria de Saúde deve desocupar o prédio e não pode receber novos pacientes a partir do dia 9 de maio.

O Hospital Materno Infantil (HMI) será interditado e não poderá receber novos pacientes a partir do dia 9 de maio. Foram constatados  problemas elétricos, arquitetônicos hidráulicos, entre outros. A decisão foi tomada pela Superintendência Regional do Trabalho em Goiás (SRT/GO) na segunda-feira (29), depois de uma auditoria feita com o Conselho Regional de Enfermagem. Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) se limitou a dizer que só vai se posicionar sobre o assunto após o recebimento do relatório.

A interdição determina que o hospital não receba mais pacientes. Além disso, a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) e coordenações técnicas da unidade devem apresentar, no prazo de dez dias contados a partir desta terça (30), um cronograma de desocupação do prédio. Na mesma data, o SRT entregará o termo de interdição, às 10 horas da manhã.

No termo, a superintendência ressalta que a desocupação deve ser feita “de maneira segura, responsável, programada, progressiva, acompanhada por médicos e enfermeiros do HMI, e também pela Vigilância Sanitária, que é a instituição responsável pela garantia da segurança dos pacientes”.

O termo de interdição cita ainda que o abastecimento da farmácia deve ser “suficiente e seguro” e deve ser provado e assinado pelos responsáveis técnicos. Ele precisa ser entregue à Auditoria do Trabalho, Ministério Público Federal e Ministério Público do Trabalho.

Lista de problemas

Foram identificados “graves problemas nas instalações elétricas da unidade, o que aumentam os riscos de incêndios”. Além de “péssima estrutura arquitetônica, hidráulica, superlotação e degradação predial, situações que potencializam, entre outras coisas, riscos de infecção, riscos de acidentes do trabalho”.

Foi constatado, também, risco de degradação de medicamentos nos postos de enfermagem. Isso porque não existe um sistema de climatização, há calor excessivo, umidade e deterioração do mobiliário.

Problemas ocupacionais nas enfermarias, como superlotação, insuficiência de medicamentos, falta de higiene e de conforto ocupacional também fora observados. Além da ineficiência do controle de pragas e vetores e a grave e insegura desorganização ocupacional imposta aos funcionários.

Contêineres

A cozinha do HMI também apresenta problemas. O preparo das refeições tanto da unidade quanto Hospital Estadual e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes é feito dentro de contêineres de metal que devem ser fechados imediatamente.

A auditoria constatou calor excessivo, elevado desconforto térmico, risco de choque elétrico, risco de incêndio e risco de desabamento em razão de fissuras, rachaduras das péssimas estruturas de sustentação .

Esforço heroico

A auditora-fiscal Jacqueline Carrijo afirmou que é preciso reconhecer o “esforço heroico” dos cerca de 1.300 funcionários da unidade. “Esses trabalhadores merecem ser tratados com respeito, dignidade e justiça por todos, principalmente pelo Governo do Estado de Goiás”, ressaltou.

Em nota, a SES informou que só vai se posicionar sobre o assunto após o recebimento do relatório.

Fonte: Mais Goiás