Em 2012, Dilma Rousseff foi criticada por forçar redução de taxas de bancos públicos.
Em evento com o setor do agronegócio, o presidente Jair Bolsonaro pediu ao presidente do Banco do Brasil (BB), Rubem Novaes, para que a instituição financeira reduza os juros dos empréstimos cobrados do setor agropecuário.
Após as declarações, as ações da instituição finaceira passaram a operar em queda.
— Eu faço um apelo para o seu coração e seu patriotismo para que esse juros, tendo em vista que você é cristão, para que esse juros caiam um pouco mais — disse o presidente durante a Agrishow, feira do setor agropecuário realizada em Ribeirão Preto (SP).
Pela manhã, as ações do banco chegaram a subir 1,9%. No entanto, as declarações de Bolsonaro foram mal recebidas pelos investidores e os papéis passaram a cair 1,5%.
Durante seu discurso, Bolsonaro também prometeu R$ 1 bilhão de uma linha de financiamento do banco para a compra de máquinas. E ainda falou sobre mais R$ 1 bilhão que devem ser liberados pelo ministério da Economia para o seguro rural.
Em 2012, a então presidente Dilma Rousseff foi criticada por economistas ao forçar diminuição de juros intervindo na estratégia dos bancos públicos, entre eles o BB.
Na semana passada, Bolsonaro já havia sido alvo de críticas por intervir na estratégia publicitária do BB, ao mandar o banco retirar do ar propagando que explora o tema da diversidade , era estrelada por atores e atrizes negros e jovens tatuados usando anéis e cabelos compridos. Segundo o presidente, “a massa quer respeito à família” e o Planalto não quer que o dinheiro público seja usado em campanha. Questionado por jornalistas no fim de semana após a interferência, respondeu:
— Quem indica e nomeia presidente do BB, não sou eu? Não preciso falar mais nada então. A linha mudou, a massa quer respeito à família, ninguém quer perseguir minoria nenhuma. E nós não queremos que dinheiro público seja usado dessa maneira. Não é a minha linha. Vocês sabem que não é minha linha.
Ainda na Agrishow, Bolsonaro também prometeu privatizar portos e defendeu a propriedade privada.
Fonte: Agência O Globo