As transferências de recursos e os pagamentos feitos por meio do PIX, sistema em tempo real, somaram R$ 17,18 trilhões no ano passado e bateram recorde. As informações são do Banco Central.

Ao mesmo tempo, o número de relacionamentos bancários ativos subiu e a quantidade de dinheiro em circulação teve recuo (veja mais abaixo nessa reportagem).

De acordo com o BC, o crescimento das transações feitas via PIX foi de 57,8% na comparação com 2022, quando as movimentações totalizaram R$ 10,89 trilhões. E foram mais do que o triplo do volume de 2021 – quando somaram R$ 5,21 trilhões.

O BC explica que ​qualquer pessoa física ou jurídica que tenha uma conta corrente, conta poupança ou conta de pagamento pré-paga em uma instituição participante pode utilizar o PIX.

As contas bancárias (contas de depósitos à vista) são mantidas somente em instituições financeiras (bancos). Já as contas de pagamentos podem ser mantidas tanto por bancos como por instituições de pagamento.

Contas de pagamentos não podem ser utilizadas em operações de crédito (empréstimos, financiamentos, arrendamento mercantil), mas se o cliente possui uma conta de pagamento em uma IP que faz parte de grupos ou conglomerados em que existam instituições financeiras, você pode ter acesso às operações de crédito oferecidas pela instituição financeira do grupo. Nesse caso, o recurso proveniente da operação de crédito é depositado em sua conta de pagamento.

Bancarização
Um dos objetivos do PIX, quando foi lançado, era aumentar a digitalização das transações financeiras no Brasil e ampliar o número de pessoas com contas bancárias, ou de pagamentos.

De acordo com dados do Banco Central, o número de clientes pessoas físicas com “relacionamento” com o sistema financeiro subiu nos últimos anos.

Em 2020, 178,922 milhões de CPFs estavam cadastrados no sistema, volume que subiu para 182,218 milhões no fechamento de 2021 e para 188,335 milhões em 2022.

No fim do ano passado, os dados do BC mostram que 194,119 milhões de pessoas (CPFs) já tinham relacionamento bancário, ou seja, grande parte da população brasileira – estimada em 203 milhões pelo censo de 2022.

“Um direcionador comum a todas as ações envolvendo o Pix é a democratização do acesso de toda a população brasileira a meios de pagamentos digitais. Para que esse propósito seja atingido, é necessário garantir que o uso do Pix seja acessível a todos os cidadãos, inclusive aos que possuem necessidades específicas, como pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida”, avaliou o BC, em 2023.

Dinheiro em circulação tem queda
Na contramão do forte aumento de transações do PIX, os números oficiais do Banco Central mostram que a quantidade de dinheiro em circulação teve queda em 2023.

Ao final de 2020, ano caracterizado pela pandemia da Covid-19 com a injeção de bilhões de reais em notas no mercado para o pagamento do auxílio emergencial, R$ 371,4 bilhões estavam em circulação, volume que já recuou fortemente em 2021, para R$ 339 bilhões.

Em 2022, houve aumento e, no ano passado, uma pequena queda, em termos relativos (veja abaixo).

PIX automático e agendado
O Banco Central prevê novas funcionalidades para o PIX neste ano. Entre elas, está o Pix automático, que deve começar a operar em 28 de outubro deste ano.

Essa modalidade do Pix vai permitir que o cliente agende previamente pagamentos que ele já sabe que precisará fazer a empresas.

O Pix automático poderá ser usado, por exemplo, para pagar:

contas de água e luz
escolas e faculdades
academias, condomínios
parcelamento de empréstimos

Esse tipo de pagamento já pode ser feito através do débito automático, mas na avaliação do Banco Central, o Pix automático terá a capacidade de alcançar mais pessoas.

Outra modalidade do Pix, chamada de Pix agendado recorrente, também será obrigatória a partir de outubro de 2024. O Pix agendado poderá ser usado, por exemplo, para:

Mesada
Doação
Aluguel entre pessoas físicas
Prestação de serviço por pessoas físicas (como diarista, terapia, educador físico etc)

G1