O dólar opera em alta nesta terça-feira (26), próximo da marca de R$ 5, com a moeda brasileira liderando com folga as perdas entre as principais divisas globais na sessão.

Às 14h37, a moeda norte-americana subia 1,81%, cotada a R$ 4,9636. Na máxima do dia até o momento, chegou a R$ 4,9996.

Na segunda-feira, o dólar fechou em alta de 1,44%, a R$ 4,8755, chegando a bater R$ 4,9486 na máxima do dia. Com o resultado, passou a acumular alta de 2,44% no mês e queda de 12,54% no ano.

Atuação do BC


O Banco Central realizou leilão extraordinário de swaps cambiais.

Foram vendidos na operação, primeira do tipo desde o leilão realizado em 22 de dezembro de 2021, todos os US$ 500 milhões de dólares ofertados na forma de contratos de swap cambial tradicional.

O que está mexendo com os mercados?
Os mercados globais têm sido guiados nos últimos dias pelas preocupações com os impactos das restrições de combate ao coronavírus na China e pelas apostas de uma alta maior dos juros nos EUA em razão da disparada da inflação em todo o mundo.

O presidente do Fed, Jerome Powell, declarou na semana passada que um aumento de meio ponto percentual na taxa básica “está sobre a mesa” na próxima reunião do banco central americano no início de maio.

Juros mais altos nos EUA elevam a atratividade de se investir na extremamente segura renda fixa norte-americana, o que tende a aumentar o ingresso de recursos na maior economia do mundo e, consequentemente, valorizar o dólar frente a outras moedas.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou nesta terça-feira para riscos ‘estagflacionários’ na Ásia, dizendo que a guerra na Ucrânia, o aumento nos custos das commodities e uma desaceleração na China criam incerteza significativa.

Ao longo da semana, além da covid-19 na China, o mercado ficará de olho nos dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, na quinta-feira; e da zona do euro, na sexta-feira.

Divisas emergentes pares do real, como pesos mexicano, chileno e colombiano, também operavam no vermelho, embora caíssem a ritmos bem mais comportados.

Por aqui, segue também como fator de preocupação a crise entre o governo e o Judiciário, após o perdão concedido pelo presidente Jair Bolsonaro ao aliado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a oito anos e nove meses de prisão por estímulo a atos antidemocráticos e ataques a ministros do tribunal. A ministra Rosa Weber deu um prazo de 10 dias para Bolsonaro prestar informações sobre o decreto editado um dia após a condenação do deputado.

Projeções para inflação, Selic e PIB


O Banco Central voltou a divulgar nesta semana, após cerca de um mês, as estimativas do mercado financeiro para os indicadores da economia, e informou que a projeção dos economistas dos bancos para a inflação neste ano passou de 6,86%, no fim de março, para 7,65%.

Para a taxa básica de juros da economia, o mercado financeiro elevou a estimativa de 13% ao ano, no fim de março, para 13,25% ao ano no final de 2022. A previsão de crescimento do PIB deste ano passou de 0,50%, no fim de março, para 0,65%. Já a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2022 recuou de R$ 5,25 para R$ 5.

G1