Caso decida se filiar ao PSB, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa teria sua candidatura ao Palácio do Planalto praticamente viabilizada, garantem fontes do partido.

A ideia da candidatura de Barbosa, até pouco tempo defendida por poucos socialistas, ganhou força dentro da sigla e tem como trunfo a grande viabilidade eleitoral do ministro atestada em pesquisas qualitativas, garante uma das fontes.

“Na hora em que ele se filiar está praticamente viabilizado, ele não tem que ‘pegar fila’”, disse a fonte, referindo-se à lista de possíveis nomes a serem lançados como candidatos do PSB.

“Quando ele se filiar e bater os 15 por cento (em pesquisas eleitorais), quem vai fazer ele pegar fila?”

Essa fonte, assim como outra do PT, confirmam pesquisas e análises segundo as quais Barbosa poderia angariar boa parte do eleitorado petista.

Um exemplo da empolgação de socialistas é a disposição do vice-presidente de Relações Governamentais do partido, Beto Albuquerque (RS), de abrir mão de seu próprio nome como candidato do partido.

“Sempre estive à disposição, no Congresso do partido distribuí documento defendendo a candidatura própria e colocando o meu nome como candidato”, disse Beto à Reuters.

“Obviamente que se ele se filiar não vou disputar com ele. Ele tem meu apoio. Retiro minha postulação em 2018 para apoiar Joaquim Barbosa”, afirmou.

O ex-deputado, que concorreu como candidato a vice-presidente na chapa de Marina Silva nas últimas eleições, deve se dedicar à disputa pelo Senado caso Barbosa se confirme candidato do PSB.

Apesar de ter ganhado fôlego, a candidatura de Barbosa ainda não está definida e depende, antes de mais nada, de sua filiação ao PSB. E isso tem que ocorrer até 7 de abril, prazo máximo para quem deseja disputar as eleições de outubro estar filiado a um partido.

O convite já foi feito, ainda em 2017, e resta saber se Barbosa embarcará na sigla. Uma vez filiado, a candidatura se construiria de maneira natural, avalia uma das fontes.

Outra fonte explica que filiado, Barbosa poderia se inteirar e conviver com os correligionários e trabalhar até julho, quando ocorre a convenção partidária para a oficialização da candidatura.

Resistência

Ainda que tenha crescido entre os socialistas, a candidatura de Barbosa enfrenta resistências no partido, principalmente por parte de candidatos a governos estaduais, que temem reviravoltas nas alianças locais que já vêm sendo negociadas.

Pesa também, para os que se opõe à ideia, a questão financeira: uma candidatura presidencial abarcaria boa parcela dos recursos destinados à campanha.

Resolução aprovada no último congresso do PSB autorizou a direção nacional a negociar em três frentes diferentes. A mais defendida, no momento, é a da candidatura própria, tendo Barbosa como o nome mais forte.

O segundo caminho, que pode ser adotado pela direção a depender do desenrolar do cenário eleitoral, diz respeito a coligações e alianças em nível nacional, desde que com partidos que tenham identificação com o PSB.

E a terceira via seria nem investir em candidatura própria nem em coligações nacionais, mas priorizar a eleição de deputados federais —a meta é chegar a mais de 40 deputados— e de governadores em até 10 Estados.

Nesse contexto, a eleição do vice-governador de São Paulo Márcio França é tida como “prioridade zero”, tanto pela importância do Estado, quanto pelo impacto de uma eleição dessas na estratégia nacional do partido.

Pesquisa Datafolha do final de janeiro mostrou Barbosa com 5 por cento das intenções de voto, em seu melhor cenário.

Fonte: Agência Reuters