Nota técnica publicada pela Universidade Federal de Goiás (UFG) aponta cenários de contaminação por Covid-19 nas cidades turísticas goianas. Caso haja flexibilização, com presença de turistas, pelo menos 8.250 visitantes podem ser infectados, caso pelo menos 2% deles cheguem à cidade já infectados e transmitindo o coronavírus.

Na cidade das águas quentes, com o horizonte temporal que vai até o dia 15 de agosto, com flexibilização, mas sem influxo adicional de turistas, o estudo aponta para um pico de demanda hospitalar no final de julho equivalente a 100 leitos/ dia de enfermaria e 26 leitos/dia em Unidade de Tratamento Intensiva (UTI).

Neste cenário, ainda, são estimados 56 óbitos causados por Covid-19 no período.

Caso os atuais níveis de distanciamento continuem, sem a presença de turistas, teria uma demanda de 40 leitos/ dia de enfermaria e oito em UTI, com 18 mortes até meados de agosto.

A prefeitura de Caldas Novas já anunciou, a partir de decreto publicado nessa semana, a retomada do turismo em julho.

O modelo feito pela UFG considerou horizonte de flexibilização a partir de junho/ julho de 2020 com foco em Caldas Novas e Pirenópolis, a partir de demanda do Comitê de Operações de Emergência (COE).

Pirenópolis

Pirenópolis está sendo uma das cidades mais afetadas pela perda de turistas / Foto: Wikimedia

Na cidade de Pirenópolis, mantendo-se os atuais níveis de distanciamento social, haveria até o final de setembro uma demanda de até 10 leitos/dia de enfermaria e um ou dois leitos em UTI. Neste cenário, são estimados quatro óbitos por Covid-19 no período que vai até 30 de setembro.

Outro cenário simulado seria o de flexibilização sem abertura para o turismo. Nesta possibilidade, teria um pico de demanda hospitalar equivalente a 30 leitos/dia em enfermaria, sete leitos dia em UTI e 24 óbitos até final de setembro.

Caso haja retomada do turismo, estima-se um total de 31 óbitos por Covid-19 no município.

Ainda no cenário com retomada do turismo, com o aumento de casos entre os moradores de Pirenópolis, sem que nenhum turista chegue à cidade infectado, pelo menos 1.179 visitantes poderiam ser infectados, cerca de 0,7% do total de turistas esperados na temporada.

Conclusão

O estudo conclui que a chegada de indivíduos infectados em municípios com fase inicial de crescimento da epidemia pode acelerar a velocidade da expansão da doença. Com a chegada de novos infectados em uma população que está em fase de declínio, mas que ainda possua número considerável de suscetíveis pode dar origem a uma nova onda de crescimento.

A nota técnica recomenda a manutenção das medidas de distanciamento social para minimizar o impacto da pandemia nos serviços de saúde e mortalidade da população.

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