Pesquisas têm mostrado que a pandemia do coronavírus está longe de ter um fim. Apesar da efetividade da vacinação, o relaxamento das medidas de distanciamento social e o surgimento de novas variantes dificultam que a Covid-19 seja colocada no passado. O pesquisador da Fiocruz, Leonardo Bastos lamentou a concretude que seus dados têm revelado.

Depois de ver estimativas de hospitalizações e óbitos serem concretizadas no Rio de Janeiro, Leonardo Bastos faz alerta para o restante do país. “A gente observou outros estados. Goiás, por exemplo, está igual ou pior do que o pior período do ano passado. De final de junho para cá, tem mostrado estabilidade em um patamar muito alto ou subida. Isso sugere está tendo uma transmissão extremamente alta”, analisou o pesquisador em entrevista ao Jornal Opção.

Conforme consta em seus dados, Goiás tem registrado aumento do número de hospitalizações. Foram cerca de 1.800 na última semana. Apesar do número de óbitos não apresentar alta, o pesquisador alerta para atualização.

“A linha de óbitos está em um patamar estável, mas parecido com a primeira onda em 2020. Quanto às hospitalizações, vemos essa subida. Se aumenta a hospitalização, o óbito vai aumentar mais para frente. Estamos estimando que por conta do aumento no número de hospitalizações, aumentem os óbitos”, apontou Leonardo Bastos.

O pesquisador trabalha com números reais. Segundo Bastos, a estimativa a longo prazo é incerta, pois depende de ações. Ao mesmo tempo que alerta para aumento de casos, por conta da possibilidade de surgir novas cepas, admite que também pode haver redução, se houver ações efetivas e aumentar o número de vacinados.

Infelizmente, Bastos tem visto suas estimativas negativas se concretizarem. Com a atual política de relaxamento, o país tende a ter aumento no número de casos. “A variante delta, somada à política de relaxamento, faz com que a transmissão aumente, e o vírus chegue às pessoas que não se vacinaram ou àquelas que a vacina não foi efetiva, porque a vacina não é 100% efetiva”, alertou o pesquisador.

Bastos ressaltou a importância de aumentar a velocidade de vacinação. Segundo o pesquisador, se a imunização atingir uma certa quantidade de pessoas, aquelas que não produziram imunização com as doses tomadas não se contaminaram, pois a transmissão do vírus será barrada.

Sobre a terceira dose, prevista para determinadas vacinas, o pesquisador afirmou que a Fiocruz ainda não tem posição sobre o reforço. Em breve, a instituição deve se pronunciar.

Jornal Opção