Último dado divulgado pelo governo previa um crescimento de 1,6% para o PIB deste ano. Previsão de inflação para 2019 passou de 4,1% para 3,8%.

O governo reduziu a expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, de 1,6% para 0,81%. A revisão foi anunciada nesta sexta-feira (12) pelo Ministério da Economia.

Esse foi o terceiro corte nas previsões do governo para crescimento da economia. O orçamento desse ano foi elaborado prevendo que a economia cresceria 2,5%. Em março essa previsão caiu para 2,2% e em maio para 1,6%.

Para 2020, a previsão de crescimento do PIB caiu de 2,5% para 2,2%. Já a previsão de inflação para 2019 foi revisada de 4,1% para 3,8%.

meta central deste ano para a inflação é de 4,25%, e o intervalo de tolerância do sistema de metas varia de 2,75% a 5,75%.

As previsões divulgadas ficaram próximas as do último relatório Focusdivulgado pelo Banco Central (BC). O relatório, feito com base em informações de analistas do mercado financeiro, prevê um crescimento de 0,82% para o PIB de 2019 e uma inflação de 3,8%.

Segundo o documento divulgado pelo Ministério da Economia, indicadores mensais disponíveis para o segundo trimestre de 2019 indicam que a recuperação econômica continua lenta. Esses indicadores mais fracos de atividade econômica levaram à revisão da previsão de crescimento da economia.

Previsão de PIB

  • Brasil: 0,8%
  • Agropecuária: 0,5%
  • Indústria: -0,1%
  • Serviços: 1%

Reforma da Previdência

O documento aponta, ainda, que a aprovação da reforma da Previdência terá um papel protagonista para a retomada do crescimento econômico.

“A retomada do crescimento da economia brasileira deverá passar necessariamente por um conjunto de reformas de reequilíbrio fiscal, onde a nova Previdência assume papel de protagonismo, bem como reformas pró-mercado”, informa o documento.

O subsecretário de política macroeconômica, Vladimir Kuhl Teles, afirmou durante a coletiva que a não aprovação da reforma da Previdência teriam um impacto catastrófico em termos de crescimento do PIB e que o governo teria que reduzir brutalmente a projeção de crescimento, o que levaria a uma recessão.

“Você pode até não aumentar a sua projeção de crescimento, mas se não aprovar você teria que reduzir de forma brutal a previsão de crescimento, inclusive para o ano corrente e o ano que vem. Provavelmente você entraria em uma recessão”, disse.

Segundo ele, a aprovação da reforma não deve ter um impacto grande nesse ano, mas impactará mais a previsão de crescimento a partir do próximo ano. “É possível que tenha impacto este ano, mas não substancial”, disse.

Já com relação a 2020, a Secretaria de Política Econômica avalia que a redução da previsão de crescimento se deve “substancialmente ao efeito base, ou seja, o menor patamar do PIB neste ano afetará o desempenho do PIB em 2020”.

Durante a coletiva para apresentar as novas previsões, o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, afirmou que a aprovação da reforma da Previdência tem potencial para aumentar em 0,5 ponto percentual por ano o crescimento anual do PIB.

Ou seja, se o PIB fosse crescer 1% no ano, a aprovação da nova Previdência tem potencial para elevar esse crescimento para 1,5%.

Políticas econômicas

O secretário de políticas macroeconômicas do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou que o país paga hoje por políticas econômicas erradas feitas durante os anos de 2006 a 2016.

Sachsida afirmou ainda que a aprovação de reformas pró-mercado é essencial para que o país tenha crescimento sustentável e de longo prazo. “Não existe mágica. Equilíbrio fiscal e reformas, esse é o caminho de um crescimento econômico sustentável e de longo prazo”, disse.

Fonte: Portal G1