Depois de ajudar centenas de mulheres a alavancar seus negócios, chegou a vez da B2Mamy começar sua jornada como startup. A aceleradora brasileira, criada em 2016 para apoiar mães empreendedoras, lançou um novo produto, o e-Place. Ele é uma plataforma de realidade virtual em que mães podem acessar conteúdos educativos, trocar informações entre si e receber descontos e benefícios de marcas parceiras.

O projeto foi desenvolvido a partir da crise causada pelo novo coronavírus. Com a casa da B2Mamy fechada para receber as empreendedoras, Daniela Junco, fundadora e presidente da aceleradora, percebeu que precisava oferecer novas soluções digitais. “Senti a necessidade de uma plataforma online, mas um sistema de ensino à distância seria ficar um pouco no lugar comum”, diz Junco.

Estudando opções de inovação, as sócias da B2Mamy se depararam com o mundo dos games. Inspiradas por jogos como Minecraft, Second Life e Fortnite, elas decidiram criar um espaço virtual em que fosse possível consumir conteúdos de forma interativa e se relacionar com uma comunidade. Para colocar o projeto de pé, a empresa recebeu um aporte de 600.000 reais com um grupo de investidores anjo.

Como funciona a plataforma

As usuárias do e-Place vão poder criar um avatar personalizado e caminhar pelo espaço virtual, encontrando outros pessoas dentro da plataforma. Em um dos espaços dentro do e-Place, as mulheres vão poder acessar cursos de capacitação e conteúdos sobre negócios, saúde mental e física, maternidade, carreira e planejamento familiar. A expectativa é terminar o ano com 3 milhões de cadastros no site.

Para melhorar a oferta de produtos e serviços, a B2Mamy planeja fazer pesquisas constantes com as usuárias e analisar os dados de tráfego da plataforma. Essas informações também irão subsidiar o pilar de consumo do espaço, pensado para que marcas possam lançar produtos e trazer oportunidades de compra para as mães da comunidade. No lançamento, Huggies, Le Postiche e ConectCar fizeram parcerias com a plataforma.

Estrutura do negócio

A criação do e-Place só foi possível graças ao investimento de 600.000 reais feito por um grupo de investidores liderados por Daniel Magalhães. “O time da B2Mamy é muito capacitado, elas realizaram muito com um orçamento bem baixo”, afirma o investidor. Ele trabalhava desde o final de 2019 com a B2Mamy para ajudar a empresa a pensar em um modelo escalável de negócio. O produto final dessa mentoria acabou sendo o e-Place.

O novo produto despertou interesse de outras investidores, como Kika Ricciardi, que também participou da rodada. Ela diz que estava procurando por empresas com foco em empreendedorismo feminino e impacto sócio-ambiental quando conheceu a B2Mamy. A criação do e-Place a motivou a investir no negócio, especialmente pelas possibilidades de escalabilidade que a tecnologia proporciona. “Endereçar escalabilidade e customer experience, com uma riqueza de produtos e serviços na jornada dessas mães, foi fundamental para minha decisão”, afirma a investidora.

Apesar do potencial da nova plataforma, as sócias da B2Mamy ainda não decidiram totalmente qual será o modelo definitivo de negócio do e-Place. Junco acredita que a maior fonte de receita virá das empresas que quiserem usar a plataforma para se conectar com um público de mães. Por ano, o mercado de maternidade fatura 50 bilhões de reais no Brasil.

A startup também vai cobrar uma taxa sobre a receita gerada pelos conteúdos pagos de parceiros oferecidos na plataforma. “Não queremos cobrar das mães e usuárias”, afirma a presidente da B2Mamy.

Exame