Para conter o avanço do contágio pelo coronavírus nas últimas semanas, a prefeitura de Anápolis, a 55 km de Goiânia, decidiu em um decreto emergencial publicado nesta quinta-feira (4) fechar todas as atividades econômicas e não econômicas a partir das 19h de sexta-feira (5) até as 4h do dia 15 de março (veja as regras ao final do texto).
O prefeito de Anápolis, Roberto Naves (PP), chorou nesta quinta ao citar o relato de um médico que trabalha na linha de frente contra a Covid-19 no município. O político disse que o médico também chorou ao falar sobre o contato com familiares de pacientes que morreram. Naves destacou que a situação da rede pública de saúde beira o caos.
“Você vê um médico recém-formado virar para você e falar, chorando: ‘não dou conta mais de chamar família e avisar que um ente querido se foi. Eu já dei essa notícia para mais de 50 pessoas'”, contou Naves.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Anápolis, 10 pessoas morreram de coronavírus nas últimas 24 horas. Ao todo, 24.516 moradores foram contaminados com o vírus e 516 pacientes morreram.
O município tem 60 leitos de UTI, dos quais, 50 estão ocupados. Na enfermaria, são 86 vagas disponibilizadas e 65 estão em uso.
No sábado (27), a situação o município tinha 70% de ocupação das vagas e, com a abertura de 10 novos leitos, o prefeito desistiu de publicar um decreto com regras mais rígidas. “Com mais esses dez leitos que contratamos junto à Santa Casa e com a reabertura do Leblon ganhamos um fôlego e evitamos um possível lockdown agora”, disse o prefeito, no sábado.
Além da aproximação de um colapso, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Anápolis identificou as variantes do coronavírus vindas da Inglaterra e de Manaus, em estágio de transmissão comunitária entre a população.
Coronavírus
Goiás registrou 3.742 pessoas contaminadas pelo coronavírus em 24 horas e o avanço da doença entre a população nas últimas semanas provoca sobrecarga no sistema de saúde.
Ao todo, 408.707 pessoas em Goiás contraíram do vírus desde o início da pandemia. O número de mortes pela doença chegou a 8.777. Nas últimas 24 horas, morreram 63 pessoas.
Veja as regras para as atividades que poderão funcionar:
- Atendimento de urgência e emergência;
- Unidades de hematologia e hemoterapia;
- Unidades de oncologia, neurocirurgia, neurologia, intervencionista, pré-natal, terapia renal substitutiva, psiquiatria e reabilitação;
- Atendimento à urgências e emergências odontológicas;
- Farmácias e drogarias;
- Clínicas de Vacinação;
- Clínicas de imagem;
- Serviços de testagem para COVID-19;
- Laboratórios de análises clínicas;
- Cemitérios e Funerárias;
- Distribuidores e revendedores de gás e de combustíveis;
Estabelecimentos de comércio varejista e atacadista de produtos alimentícios, ficando autorizado o funcionamento ao público das 6h a 0h, limitando-se a estes a entrada de apenas um membro por núcleo familiar:
- Supermercados, hipermercados e mercearias;
- Distribuidora de água;
- Açougues e peixarias;
- Laticínios e frios;
- Frutarias e verduras;
- Panificadoras, padarias e confeitarias; sendo estas somente para retirada no local ou modalidade delivery;
- Estabelecimentos comerciais de fornecimento de insumos e gêneros alimentícios e de higiene animal, apenas na modalidade delivery;
- Estabelecimentos comerciais que atuem na venda a de produtos agropecuários, apenas na modalidade delivery;
- Estabelecimentos de indústrias de automobilismo deve funcionar com a capacidade máxima de 30%;
- Hotéis e pousadas, apenas com o limite de capacidade de até 50%;
- Restaurantes, lanchonetes e similares, apenas na modalidade delivery, com entregas ao destino do consumidor até meia noite;
- Restaurantes e lanchonetes localizadas as margens da rodovia poderão utilizar mesas e cadeiras no limite máximo de até 30% de sua capacidade de pessoas sentadas;
- Autopeças, exclusivamente na modalidade delivery, mantendo-se presencialmente o quantitativo de até 30% dos funcionários;
G1