Langston Kessler de Oliveira foi condenado a 22 anos de reclusão. Ele foi considerado culpado pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e feminicídio ao matar sua namorada a tiros, Winária Oliveira Lima. A pena deverá ser cumprida em regime fechado, no presídio de Caldas Novas. A sessão de julgamento do Tribunal do Júri foi presidida pela Juíza Vaneska da Silva Baruki, da 1ª Vara Criminal (Crimes Dolosos Contra a Vida e Execução Penal) da comarca de Caldas Novas.

Na sessão do júri popular, o Ministério Público requereu a condenação do acusado sob o argumento dele ter utilizado recurso que dificultou a defesa da vítima (surpresa). Já a defesa sustentou a tese de fragilidade das provas e a existência de contradições sobre as questões que o acusado agiu sob o domício de violenta emoção. Contudo, o conselho de sentença, por maioria de votos, decidiu pela condenação do acusado ao argumento de que o réu dificultou a defesa da vítima e do feminicídio.

Ao votar o mérito, o Conselho de Sentença reconheceu a periculosidade social do acusado e sua insensibilidade em relação a vida humana. Além disso, considerou que o crime ocorreu no âmbito da violência doméstica, apresentando-se o réu pessoa extremamente desconfiada, ciumenta e possessiva, não sendo desarrazoado inferir que ele possa praticar outros crimes contra mulheres com que vá se relacionar. Com isso, a juíza atribuiu a pena em 22 anos, considerando o emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima, a qual foi atacada de surpresa, bem como o crime ter ocorrido no âmbito da violência doméstica e familiar.

Para a magistrada, a conduta do acusado se revestiu de especial gravidade, posto que ele teve tempo mais que suficiente para se preparar e, por outro lado, refletir e desistir de seu intento criminoso, porém não o fez. “O caso em julgamento teve bastante repercussão na cidade, em especial pela forma em que foi cometido, tendo o acusado entregado flores para a vítima e, instantes depois, efetuado diversos disparos contra ela, a queima-roupa”, enfatizou.

Caso

Consta dos autos que no dia do crime, Langston foi ao encontro da vítima armado com um revólver de calibre 38, tendo recebido ela de forma carinhosa, inclusive entregando-lhe flores. Logo após, ele passou a caminhar com a vítima por alguns metros, tempo suficiente para que uma amiga dela se afastasse do casal, sendo que, em dado momento, efetuou disparos a queima roupa, sem qualquer discussão, e na sequência fugido do local.