O Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi) é uma parceria da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
O ateliê de bijuterias de Lúcia Bastos nasceu de uma vocação natural. Aos 21 anos de idade, a alagoana começou a produzir brincos e colares em casa e, de forma despretensiosa, passou a vender as peças para amigos e conhecidos. Hoje, aos 32 anos de idade, Lúcia que é formada em administração, tem uma pequena fábrica em Maceió (Alagoas) com produção reconhecida de brincos, anéis, colares e, mais recentemente, sandálias.
Com formação técnica em design de joias, Lucia é responsável por todo o desenho das peças de seu ateliê. A partir deles, sua equipe de 30 funcionários trabalha na produção, no controle de qualidade e nas vendas das bijuterias.
Com o desejo de melhorar a qualidade de sua produção e alavancar seu negócio, o ateliê Lúcia Bastos é um dos participantes do atual ciclo do Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi) em Alagoas. O programa, uma parceria da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), capacita empresas industriais de pequeno porte para que elas elevem a produtividade e a eficiência de seus negócios e tem como o objetivo de fortalecer micro e pequenas indústrias em todo o Brasil.
Programa atende 2,2 mil micro e pequenas indústrias
Sete em cada 10 empresas atendidas pela atual edição do Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi) afirmam ter implementado novos processos, ofertado novos produtos ou serviços ou aperfeiçoado os que já possuem por meio das ações do programa. Os dados constam de balanço parcial da 5ª edição do Procompi, que começou em junho de 2016 e vai até 2020.
Ao todo, no atual ciclo do programa, 2.277 empresas são beneficiadas por meio de 117 projetos. Essas empresas representam 19 segmentos industriais e estão distribuídas entre 22 estados brasileiros. Até agora, 927 empresas concluíram os projetos e responderam ao balanço parcial.
De acordo com esse balanço, 677 empresas implementaram ações de inovação ao longo do programa. Outras 535, de meio ambiente. Dentro do conjunto de empresas, 144 participaram de ações voltadas especificamente para a redução de seu custo de produção e o resultado também foi positivo: com redução média de 34% nesse custo.
Os dados serão apresentados durante o 4º Encontro Nacional de Gestores do Procompi, que será realizado nesta quinta-feira (15) e amanhã em Maceió (AL). Durante o evento, gestores do programa vão apresentar resultados, discutir melhorias e os próximos passos do convênio.
O gerente-executivo de Política Industrial da CNI, João Emílio Gonçalves, afirma que o diferencial do Procompi é atender a demandas personalizadas das empresas, com o objetivo de ampliar sua competitividade. O gerente-executivo ressalta que, no atual cenário econômico, as micro e pequenas indústrias que participam do Procompi estarão preparadas para aproveitar as oportunidades que serão abertas com a retomada do crescimento econômico.
“Durante o encontro de gestores, vamos discutir tendências do setor das micro e pequenas indústrias e do mercado para que a próxima edição do programa contribua para o crescimento desse segmento”, afirma Gonçalves.
Investimento
A atual edição do Procompi investe R$ 1,3 milhão no desenvolvimento de seis projetos, totalizando 104 empresas beneficiadas em Alagoas. A média de investimento é de R$ 12,9 mil por empresa. Esses projetos são desenvolvidos por meio de uma parceria entre Federação das Indústrias do Estado do Alagoas (Fiea) e o Sebrae-AL.
A empresa de Lúcia Bastos é atendida especificamente pelo projeto voltado para o desenvolvimento de micro e pequenas indústria do setor têxtil da região metropolitana de Maceió e do Agreste Alagoano. Dentro desse projeto, ao todo, 17 confecções são beneficiadas com consultorias que buscam não apenas ampliar sua competitividade no mercado, mas estimular a cooperação entre elas, permitindo que o setor se organize como um todo.
Os empresários alagoanos do setor passaram por consultorias sobre negócios; adequação de maquinas e equipamentos; tratamento de resíduos; modelagem; balanceamento do fluxo de produção; gestão financeira; gestão da inovação; gestão empresarial; e saúde e segurança no trabalho.
Em termos de produtividade, o conjunto de empresas atendidas pelo projeto na área têxtil relatou um crescimento de 41,67%. Em termos de resultados qualitativos, percebeu-se a criação de uma cultura em torno da segurança do trabalho, o que promoveu benefícios dentro e fora das empresas.
Faturamento
Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário, da Confecção de Roupas Íntimas e da Fabricação de Bijuterias e de Joalheria do Estado de Alagoas (Sindivest), Francisco Acioli, o impacto atinge não apenas a capital, mas também o interior. De acordo com ele, as empresas que participam do projeto aumentam o seu faturamento entre 10% e 15% e ampliam sua carteira de clientes.
“O associado mudou sua visão de negócios. Vemos isso em Maceió, em Palmeira dos Índios, em Murici. É uma transformação da mentalidade empresarial, com valorização profissional, humanização das equipes. Os negócios estão ganhando espaço fora de Alagoas também, já que hoje algumas dessas empresas fazem negócios com Pernambuco, por exemplo”, afirma Acioli.
Fonte: Agência Brasil