A Prefeitura de Goiânia retirou termos considerados racistas do sistema de cadastro de servidores, segundo a Defensoria Pública do Estado de Goiás. No campo de autodeclaração étnico-racial, constavam as palavras “mulato”, “mulata”, “negro” e “negra”. O pedido do órgão é para que elas fossem excluídas e passasse a usar a denominação “preto” e “preta”.
O órgão explicou que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) usa, no sistema de classificação, as categorias branca, preta, parda, amarela e indígena. Além disso, o termo “negro” inclui as pessoas pretas e pardas.
O g1 entrou em contato com a Prefeitura de Goiânia por e-mail às 8h45, mas não teve retorno até a última publicação dessa reportagem.
Os defensores públicos Marco Túlio Félix Rosa e Salomão Rodrigues da Silva Neto, que fizeram o ofício, citam ainda a psicóloga e pesquisadora Cida Bento, que argumenta que o uso de palavras como mulato e moreno demonstra uma dificuldade comum entre os brasileiros em geral no que diz respeito à categorização racial.
Eles apontaram que os termos são racistas, com origem em contexto discriminatório com a população negra. O fato de usar os termos citados mostraria que o racismo segue enraizado na sociedade.
Por isso a remoção dos termos do sistema da prefeitura ajudaria a interromper o uso de palavras ou comentários que mantém estigmas discriminatórios.
G1 Goiás