Morreu nesta segunda-feira (14) um homem de 31 anos que estava internado com suspeita de mucormicose e Covid-19, em Goiânia. Material do paciente foi coletado para análise.
O homem, que não teve a identidade divulgada, estava internado no Hospital das Clínicas. Ele tinha diabetes e estava em estado gravíssimo.
O superintendente da unidade médica, José Garcia, explicou que o paciente não teve a Covid-19 confirmada, mas que havia comprometimento pulmonar muito grande e a infecção se parecia tanto viral quanto bacteriana.
“Ao mesmo tempo, começou a apresentar esse quadro de necrose facial na região maxilar, com comprometimento no nariz e no olho. Posteriormente, ele evoluiu para um acidente vascular cerebral, que também é compatível com essas micoses”, explicou Garcia.
O G1 entrou em contato por e-mail com a Secretaria Estadual de Saúde às 13h30, que informou que está verificando o caso em questão para dar um retorno.
Garcia explicou ainda que os exames feitos no paciente ainda são inconclusivos, tanto para a Covid-19 quanto para a mucormicose.
“O que nós sabemos é que ele teve um raspado dessa região necrosada e encaminhamos uma parte dessas lesões para realização de cultura, que é o principal meio de diagnóstico. Esse resultado deve levar de sete a dez dias para ficar pronto. O quadro clínico e de evolução do paciente são muito compatíveis com a mucormicose”, destacou o superintendente.
A direção do hospital ressaltou que não é necessário ter pânico em relação à doença, pois ela não é transmitida de humano para humano, mas contraída diretamente da natureza, principalmente, em ambientes quentes e úmidos.
“Ele não transmite de pessoa para pessoa. Estamos em contato com o fungo o tempo todo, na poeira, no mofo. A gente pega pelo meio ambiente. Ele aproveita da fragilidade, da imunidade baixa e se transforma em patogênico, causador de doença. É um caso que sempre existiu”, explicou Garcia.
Mucormicose
A mucormicose é uma infecção causada pelos fungos mucorales e é conhecida há mais de um século, tendo sido descrita pela primeira vez em 1885. Segundo o infectologista Marcelo Otsuka, a doença é considerada rara no Brasil, mas não são incomuns em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) de Covid.h
Os fungos causadores da mucormicose são transportados pelo ar, segundo o consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, Leonardo Weissmann.
“Os fungos mucorales crescem rapidamente e liberam um grande número de esporos que podem ser transportados pelo ar. A infecção ocorre pela inalação desses esporos ou, menos frequentemente, através de uma laceração na pele”, explicou o médico.
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G1