Uma pesquisa da firma de estatística Bernstein estima que a Netflix enfim superou as concessionárias de TV paga em volume de usuários no Brasil em número de assinantes. Embora a empresa de streaming não libere números exatos por país, o levantamento afirma que mais de 17 milhões de pessoas mantém uma assinatura paga na plataforma, efetivamente se posicionando como o segundo maior mercado estrangeiro da companhia chefiada por Reed Hastings.

De acordo com o relatório onde foram publicadas as conclusões, que foi ao ar ontem (28), as pessoas estão preferindo a Netflix porque ela “oferece um produto superior a um quarto do preço de uma TV paga”. No Brasil, a Netflix tem planos mensais que vão de R$ 21,90 a R$ 45,90, cada um com sua linha de benefícios.

The Witcher, uma das séries da Netflix disponíveis no catálogo brasileiro da plataforma (Imagem: Divulgação/Netflix)
The Witcher, uma das séries da Netflix disponíveis no catálogo brasileiro da plataforma (Imagem: Divulgação/Netflix)

O documento ainda ressalta que a conquista é uma vitória significativa à Netflix, considerando que o Brasil vem há anos enfrentando dificuldades econômicas e aumento do desemprego. Por esses dois motivos, as pessoas estão cada vez mais abandonando a TV paga — cujos valores iniciais ficam em centenas de reais — e trocando por um serviço que oferece, no entendimento da Bernstein, maior comodidade e menor preço.

Netflix no Brasil: números de interesse

A presença da Netflix no Brasil foi um marco histórico para a empresa, que viu em nosso país um mercado bastante receptivo na oferta de se pagar pouco por uma extensa biblioteca de filmes e séries. Isso dito, há algumas características bem interessantes pertinentes ao nosso público:

  • Preferimos, nesta ordem, inglês, espanhol e português: o levantamento da Bernstein concluiu que, no Brasil, a maior parte da audiência dedica-se a filmes e séries com idioma original em inglês, seguidos de produções em espanhol e, finalmente, em português. A pesquisa, no entanto, ressalta que isso se dá mais pela atual composição da biblioteca de conteúdo da Netflix, que prioriza conteúdos em inglês.
  • Potencial de crescimento: o setor de streaming brasileiro é um ponto bastante aquecido para empresas que ofereçam serviços no setor. Isso se comprova pela entrada de serviços como Globoplay, Amazon Prime Video e diversas ofertas de canais locais também na TV paga, que passaram a apostar no VOD (sigla em inglês para “vídeo sob demanda”) para tentar contornar o êxodo de assinantes. Estima-se que, em novembro de 2020, mais um player de peso entre no mercado local: a Disney+ (e a HBO Plus, rumores apontam, está de olho na América Latina). Nada disso, afirma o relatório, serviu para desacelerar o aumento da presença de mercado da Netflix por aqui.
  • Nem sempre o menor preço ganha: o levantamento da Bernstein constatou que a Netflix aumentou sua mensalidade no Brasil cinco vezes desde a sua chegada por aqui, e ainda mantém-se na liderança local. Ofertas como Amazon Prime Video e VODs de canais pagos até oferecem mensalidades menores, mas ainda não conseguiram abalar as estruturas estabelecidas pela empresa de Reed Hastings, que acabou firmando-se como um “padrão” para cobrança de serviços do tipo.

Fonte: Business Insider (requer assinatura)