A área consumida por incêndio na Chapada dos Veadeiros aumentou aproximadamente 30% nos últimos dois dias, ou seja, 4 mil hectares destruídos. Segundo o coordenador da força-tarefa, capitão do Corpo de Bombeiros de Goiás (CBMGO), Luiz Antônio Dias Araújo, o crescimento ocorre por conta do avanço das linhas de fogo. No total, incêndios que começaram no último domingo (12), já consumiram 14 mil hectares, o equivalente a cerca de 14 mil campos de futebol.

“Esse crescimento é natural e decorrente do avanço das linhas de fogo e de fato em dois dias 4 mil hectares, aproximadamente 30% foram consumidos. Não temos expectativa quanto ao término da ocorrência, porque depende de inúmeros fatores, inclusive de novos focos que desde quinta-feira tem ocorrido bastante”, afirma o capitão.

Tempo seco atrapalha combate ao incêndio

De acordo com o coordenador da força-tarefa, a condição climática tem tornado o combate ainda mais difícil na região.  “Temperatura tem permanecido todos os dias acima dos 30ºC e a umidade relativa do ar muito baixa, além do o vento que hoje tivemos rajadas de 49,5km/h e isso atrapalha o combate e aumenta a propagação”, explica.

O capitão Luiz Antônio Dias Araújo destaca que a operação conta com a participação de 176 homens em três frentes de incêndio. “O primeiro ponto fica próximo a cidade de Alto Paraíso, na região da Cachoeira dos Cristais. O segundo se localiza na região do rio Tocantinzinho abaixo do Parque Estadual Águas do Paraíso e a terceira frente está localizada no extremo norte do Pouso Alto, ao norte do parque da Chapada dos Veadeiros”.

Ao todo, cerca de 200 pessoas estão envolvidas no combate às chamas, entre integrantes da Brigada Voluntária São Jorge, agentes da Prev-Fogo, bombeiros e servidores do ICMBio. A suspeita entre eles é de que o princípio do incêndio tenha origem criminosa.

Quais técnicas estão sendo utilizadas para combate ao incêndio na Chapada dos Veadeiros?

Entre as técnicas utilizadas, os bombeiros tem contado com auxílio de três aeronaves para lançamento de água. “Estamos usando o combate direto com emprego da tropa em terra utilizando abafadores, soprador, bomba costal e ferramentas para manuseio de terra (inchada, inchadão e pá). Outra técnica é  o ataque combinado, que é quando os Air Tractor, os aviões que lançam água, auxiliam a tropa em terra”, explica o coordenador da operação.

“Temos  o que chamamos de comando unificado, que é um posto de comando com sede no aeroporto de Alto Paraíso e esse posto reúne membros de cada uma das instituições, que estão participando do combate e utilizando os sistemas de climatologias e mapas traçamos o que será feito com a divisão das equipes”, destaca.

Preocupação com novos focos de incêndio

De acordo com o capitão, além da preocupação com a reinguinição há outra com a relação ao surgimento de novos focos.

“Na quinta-feira no período de 12 às 14h surgiram inúmeros focos, e as vezes direcionamos nossas atenções e forças para focos já existentes e esses focos secundários aparecem e fazem dividir as equipes que estavam nas frentes principais. E outra também é com a população local urbana e rural já que existem inúmeras fazendas de criação de gado próximos as regiões de focos”, conta.

Incêndio na Chapada dos Veadeiros, em Alto Paraíso

Cerca de 100 turistas ficaram ilhados em meio a incêndio na Chapada dos Veadeiros, em Alto Paraíso. As chamas, que atingem a  região do Vale da Lua, tiveram início na tarde do último domingo (12). Um turista que estava no local precisou de atendimento médico após sofrer queimadura leve em um dos pés.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, os turistas relataram que o incêndio teve origem próximo à margem do rio. Com isso, formou-se duas linhas de chamas: uma que atingiu a região do Vale da Lua e subia em sentido aos estacionamentos e outra que se alastra para uma serra.

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