Parcelamento da dívida estatal não é bem vista pela categoria, que também reivindica melhor qualidade de vida nas escolas para si e para estudantes.
Professores e demais servidores da Educação estadual, de greve desde a última quarta-feira (3), realizarão, às 15h desta segunda-feira (8), uma nova assembleia para definir os rumos do movimento. A perspectiva é de que o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), receba, ainda pela manhã, uma nova proposta do governo Caiado para solucionar os vencimentos e benefícios em atraso: salário de dezembro de 2018 e 13º.
De acordo com a presidente da agremiação, Bia de Lima, na semana anterior a categoria rejeitou uma proposta de parcelamento, em cinco vezes, do dinheiro em atraso. “Ventila-se nos bastidores que a nova proposição é de uma pagamento em quatro parcelas. O sindicato não aceita, mas vai levar o assunto hoje para toda a categoria decidir. Em caso de negativa, a greve persiste”.
Enquanto a queda de braço com o Estado não termina, mesmo com o Ministério Público envolvido nas negociações, o sindicato reforça que mais de 258 escolas estaduais estão paradas. “Temos 36 regionais, esse número resultou de um levantamento parcial. O número deverá ser atualizado hoje, quando a grande maioria dos servidores de Goiânia e dos interiores estará na aglomeração que faremos na porta do Palácio Pedro Ludovico”.
Para Bia, a Secretaria de Economia, antiga Sefaz, é a principal responsável pelo lento andamento das negociações. “Temos um bom desenvolvimento com o MP e a Secretaria de Educação, mas quem paga é a de Economia. A secretária está colocando o pé na parede. O Estado negociou, disse que repassaria a nós os percentuais constitucionais, mas isso não está acontecendo. Estão fazendo caixa com o dinheiro da Educação”.
A Secretaria de Estado da Economia, por meio da assessoria, afirmou não ter um posicionamento a respeito da nova proposta. A Secretaria de Estado da Educação (Seduce), em nota, que das 1.121 unidades escolares da rede pública estadual, 964 estão funcionando normalmente. Outras 32 estão com funcionamento parcial e 125 estão completamente paralizadas. Os números divergem do levantamento realizado pelo Sintego.
“Não é só dinheiro”
Uma das unidades paradas é o Colégio Estadual Sólon Amaral, no Conjunto Vera Cruz, em Goiânia. Lá Educadores sentiram a necessidade de informar pais, alunos e a comunidade sobre as razões que levaram a categoria à greve.
Um dos educadores dessa unidade, o qual pediu para ter a identidade preservada, revelou que as reivindicações, entretanto, não são apenas financeiras. “Queríamos esclarecer o que a gente está passando. Não é só salário, existem ‘N’ problemas, que a gente enfrenta há anos, mas que o poder púbico não percebe, como salas de aula abafadas e superlotadas; falta de estrutura e materiais de trabalho; alunos especiais estão sendo deixados de lado, apenas com uma monitora para cada seis; estudantes estão sem acompanhamento psicológico entre outros”.
Fonte: Mais Goiás