Ao todo, 100 militares vão participar do programa ‘Em Frente Brasil’, que deve durar, inicialmente, quatro meses. Foco será combater não só as consequências, mas também as causas dos crimes.
O ministério da Justiça lançou nesta sexta-feira, em Goiânia, o projeto “Em Frente Brasil”, que coloca homens da Força Nacional de Segurança para atuar no combate à criminalidade da capital. Ao todo, 100 militares vão participar do projeto, que deve durar, inicialmente, quatro meses. O secretário nacional de Segurança, general Guilherme Teófilo, compareceu representando o ministro Sérgio Moro e disse que o foco é combater não só as consequências, mas também as causas dos crimes.
Em Goiânia eles vão atuar na região oeste e noroeste, onde os índices de criminalidades são maiores. Eles chegaram à capital no último dia 23. O foco é diminuir os homicídios, mas a tropa vai atuar contra todos os tipos de crime.
O secretário explicou que a ação da força-tarefa vai ser dividia em duas partes: a primeira no combate efetivo aos crimes. A outra no intuito de descobrir quais fatores sociais mais influenciam para que eles ocorram.
“Em uma primeira fase vai ser uma ação repressiva para poder retomar alguns locais em que o crime organizado ainda tem uma supremacia. Mas, concomitante, nós temos uma segunda fase que já está sendo feita que é o diagnóstico local de segurança, que é o grande diferencial. É saber porque que aquele bairro, aquela comunidade existe uma violência maior. Essa parte socioeconômica que vai atuar nas causas da violência e não, como a gente sempre faz, só na consequência”, afirmou.
Teófilo disse que a cada 15 dias os índices alcançados serão reavaliados. Trimestralmente, o presidente Jair Bolsonaro receberá um relatório avaliativo do trabalho dos policiais.
Dos 100 integrantes da Força Nacional, 80 farão o trabalho de policiamento ostensivo e os outros 20 atuarão nas investigações criminais. Eles serão deslocados para 20 bairros das regiões oeste e noroeste da capital que possuem índices de criminalidade maiores.
“Goiânia foi incluída porque queríamos uma capital que tivesse um certo grau de violência, mas não tanto. Fosse próximo ao Distrito Federal para baratear os custos”, pontuou.
As ações, como reforço de policiamento, serão desenvolvidas em cinco cidades, uma de cada região do país:
- Ananindeua (PA, Norte)
- Paulista (PE, Nordeste)
- Goiânia (GO, Centro-Oeste)
- Cariacica (ES, Sudeste)
- São José dos Pinhais (PR, Sul)
Entorno do DF
O secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, afirmou que os índices criminais em Goiânia estão abaixo dos números nacionais. Por isso, há a previsão de que, ainda neste ano, a tropa possa ser remanejada para atuar no Entorno do Distrito Federal, onde a violência apresenta dados mais preocupantes.
“Queremos consolidar essas reduções que já estão sendo alcançadas aqui na capital para que, em segundo momento, talvez ainda neste ano, a gente transfira boa parte desse efetivo federal para a região do Entorno, para que a gente abra uma nova frente de combate à violência lá”, revela.
Lançamento
O projeto foi apresentado em uma cerimônia na quinta-feira (29) no Palácio do Planalto com o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
O programa prevê investimento de R$ 4 milhões por cidade, em um total de R$ 20 milhões do orçamento do Ministério da Justiça.
A escolha dos cinco municípios do projeto-piloto se deu, conforme o Ministério da Justiça, a partir da média dos números de homicídios dolosos ocorridos entre 2015 e 2017 nas cidades, que não são as mais violentas do Brasil. A situação fiscal do estado também pesou nas escolhas.
Fonte: G1 Goiás