De acordo com a Polícia Civil (PC), sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Corporação estima que ao menos 40 empresas, além de empresários e ex-servidores, participem do esquema. Grupo combinava quem venceria licitação, diz delegado.
A Polícia Civil deflagrou nesta quarta-feira (10) uma nova fase da Operação Mákara, que apura suspeitas de fraudes em licitações da Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc). Os alvos são empresários do ramo da construção civil e ex e atuais servidores do órgão, que, segundo as investigações, integravam um esquema ilegal em obras de reforma e ampliação de escolas públicas.
Outras duas fases da operação já foram realizadas. Desta vez, a polícia, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra a Ordem Tributária (DOT), cumpriu sete mandados de busca e apreensão em residências de empresários da construção civil.
O site entrou em contato com a Seduc, por email, às 12h32 desta quarta-feira, e aguarda retorno.
De acordo com o delegado Alécio Moreira, já foi identificada a participação de mais de 40 empresas no esquema e sete mandados de busca e apreensão já foram cumpridos. Foram apreendidos documentos, computadores, celulares e pen drives. Ele explicou que o grupo agia em duas vertentes.
“A investigação gira em torno de licitações da secretaria de educação. Uma vertente envolvia servidor público, já afastado, que direcionava para determinadas empresas vencerem as licitações de reforma de escola e ampliação”, detalha.
“Outra vertente é entre os próprios empresários que faziam acordos entre eles escolhendo quem venceria. Escolhido o vencedor, pagava os demais, cerca de 10% do valor da obra, rateado entre os demais, para que não entrassem na licitação”, completa.
Ele afirma que alguns acordos chegavam a aumentar o preço de um contrato em até R$ 40 mil. Ao menos 1 mil licitações passíveis de fraude já foram identificadas.
“Não que em todas tenham ocorrido fraude porque em algumas eles não entravam em acordo e acabavam indo para uma disputa, onde conseguia reduzir o preço em até 30%. Mas são várias escolas no estado todo e várias que passaram por reformas e ampliação nesse período todo”, pontua.
Ele afirma que as investigações seguem no sentido de calcular qual o montante desviado, bem como identificar novas empresas suspeitas de integrar o esquema.
“A investigação continua, um dos objetivos agora é identificar, exatamente, qual foi o prejuízo causado aos cofres públicos. Porque além de identificar todas as licitações, temos que separar aquelas onde ocorreram de forma lícita daquelas que ocorreram de forma ilícita. Bem como se houve participação de outras empresas e servidores públicos”, detalha.
Outras fases
A primeira fase da operação foi realizada pela polícia em 23 de maio deste ano. Na ocasião, foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão em Goiânia e Aparecida de Goiânia.
Na casa de um diretor da Seduc foram localizados R$ 80 mil em dinheiro, além de dois cheques de uma proprietária de construtoras.
Já a segunda fase foi realizada no dia 7 de junho. Desta vez, foram 17 mandados de busca e apreensão em Goiânia, Aparecida de Goiânia e São Luís de Montes Belos. Alguns dias depois, um empresário foi preso.
Fonte: Portal G1