O presidente da ACCG, Alexandre Meneghini, durante entrevista coletiva, lamentou a decisão do hospital em suspender esses novos atendimentos. De acordo com ele, isso foi necessário para priorizar os atuais tratamentos de pacientes no Hospital Araújo Jorge.

“Basicamente, vamos parar o atendimento de primeira vez para poder garantir para quem está em tratamento no hospital possa ter um atendimento adequado e sem percalços”, afirmou Meneghini.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio de nota, informou que os recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) seguem bloqueados pela justiça. “O interventor da saúde, Márcio de Paula Leite, aguarda o desbloqueio para que seja possível pagar a Fundahc e os prestadores SUS, entre eles o Hospital Araújo Jorge”, cita o comunicado.

A expectativa da ACCG é que os atendimentos sejam normalizados no começo de janeiro. “Tudo depende do que vai acontecer, porque a gente tem vivido uma incerteza muito grande”, pontua Meneghini.

A Saúde de Goiânia passou por intervenção do Estado, por decisão da Justiça, que atendeu uma solicitação feita pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO). Os promotores de Justiça justificaram que a crise de gestão, que levou à prisão a alta cúpula da Saúde do município, inviabilizou atendimentos, entre os quais a oferta de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), que resultou na morte de pacientes à espera de vagas.

Mesmo após a prisão e soltura do ex-secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, do secretário executivo, Quesede Ayres Henrique, e do diretor financeiro do Fundo Municipal, Bruno Vianna Primo, em 27 de novembro deste ano, a ex-gestão da Saúde da capital segue sendo caso de polícia.

Nesta terça-feira, a Polícia Civil de Goiás (PC-GO) cumpre novos mandados contra Pollara. A suspeita é de um esquema que tenha desviado R$ 10 milhões em recursos públicos. De acordo com a PC-GO, o crime teria ocorrido por meio de fraudes em um convênio firmado entre a secretaria e uma empresa prestadora de serviços da área.

Dívida acumulada
O vice-presidente da ACCG, Paulo Campoli, esclareceu que a dívida da Prefeitura de Goiânia com o Araújo Jorge é de procedimentos já realizados na unidade. Segundo ele, muitos profissionais estão sem receber por serviços prestados, assim como fornecedores. O vice-presidente listou várias notas empenhadas pela ACCG que não foram pagas desde 2021. “Essa insegurança financeira é prejudicial e muito ruim pra gente”, disse Campoli.

Do montante não pago, Campoli aponta que parte dos recursos não repassados pelo município são referentes a verbas de emendas parlamentares direcionadas para o Hospital Araújo Jorge, que estão no Fundo Municipal há mais de um ano. “São mais de R$ 7 milhões que fazem falta para nós”, lamenta.

G1 Goiás