Cerca de 25% dos testes feitos no Laboratório Central de Goiás (Lacen-GO) para diagnosticar a varíola dos macacos deram positivo, de acordo com informações fornecidas pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO) nesta terça-feira (4). A porcentagem é referente aos exames realizados desde 11 de setembro deste ano, quando o local começou a fazer testes de PCR para a doença.
A pasta detalhou que, desde o início da realização dos testes, o laboratório obteve 562 laudos. Destes, 140 foram positivos, 400 negativos e 22, inconclusivos – resultado em que é orientada a realização de nova coleta de amostras.

Segundo análise da superintendente em Vigilância de Saúde da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Flúvia Amorim, hoje a tendência é a de estabilização dos casos.

“A gente avalia muito a curva de casos que são confirmados e hoje vemos uma tendência de estabilização”, detalhou.

O Lacen é o único laboratório a realizar testes para o diagnóstico de varíola dos macacos na saúde pública de Goiás. No entanto, a superintendente ressalta que a maior taxa de positividade de amostras (75%) ocorreu há cerca de dez semanas, quando foi iniciada a transmissão comunitária no estado e a quantidade de testes realizados até então era menor.

Ainda de acordo com a SES-GO, as amostras destinadas ao laboratório são coletadas em unidades de saúde em pacientes de todo o estado que atendam os critérios de casos suspeitos. Os resultados dos exames ficam prontos em até 72 horas, segundo a superintendente.

Em agosto desse ano, a pasta divulgou um plano de contingência informando que o estado havia atingido situação de emergência em saúde pública, quando Goiás atingiu a marca de 160 casos. Na época, a SES-GO dividiu a situação da doença em três níveis, sendo que o estado estava no Nível III.

Nível I – Alerta: corresponde a uma situação em que o risco de introdução da doença seja elevado e não apresenta casos suspeitos.
Nível II – Perigo Iminente: detecção de caso suspeito de varíola dos macacos e/ou caso confirmado com transmissão alóctone (importado), sem registro de casos secundários (contatos).
Nível III – Emergência de Saúde Pública: situação em que há confirmação de transmissão local.

Sintomas da varíola dos macacos


febre
dor de cabeça
dores musculares
dor nas costas
gânglios (linfonodos) inchados
calafrios
exaustão

Transmissão da doença


Por contato com o vírus: com um animal, pessoa ou materiais infectados, incluindo através de mordidas e arranhões de animais, manuseio de caça selvagem ou pelo uso de produtos feitos de animais infectados. Ainda não se sabe qual animal mantém o vírus na natureza, embora os roedores africanos sejam suspeitos de desempenhar um papel na transmissão da varíola às pessoas.
De pessoa para pessoa: pelo contato direto com fluidos corporais como sangue e pus, secreções respiratórias ou feridas de uma pessoa infectada, durante o contato íntimo – inclusive durante o sexo – e ao beijar, abraçar ou tocar partes do corpo com feridas causadas pela doença. Ainda não se sabe se a varíola do macaco pode se espalhar através do sêmen ou fluidos vaginais.
Por materiais contaminados que tocaram fluidos corporais ou feridas, como roupas ou lençóis;
Da mãe para o feto através da placenta;
Da mãe para o bebê durante ou após o parto, pelo contato pele a pele;
Úlceras, lesões ou feridas na boca também podem ser infecciosas, o que significa que o vírus pode se espalhar pela saliva.

G1 Goiás