Goiás é o quinto estado com maior número de óbitos no trânsito entre 2015 e 2020. No período, foram 9.821 mortes causadas por acidentes de trânsito. Os dados são do Observatório Nacional de Segurança Viária. O estado manteve a média de óbitos entre 2018 e 2020, sem uma redução significativa no período. Estado e município aderiram ao Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito que prevê redução de 50% de falecimentos causados no trânsito até 2028.
Em 2018, foram 1.534 pessoas mortas em acidentes em Goiás, no ano seguinte houve uma pequena redução para 1.469 óbitos. No entanto, no último ano o número voltou a crescer e ultrapassou a marca de 2018, chegando a 1.545 mortes. Uma lei nacional sobre o tema foi criada pelo Governo Federal em 2018. Na ocasião, ficou estabelecido que o programa seria reforçado e incorporados conceitos que pressupõem que a responsabilidade por evitar óbitos e feridos no trânsito é compartilhada entre quem utiliza, projeta, constrói e fiscaliza os veículos e as ruas, estradas e avenidas.
O prazo estabelecido para a redução das mortes e lesões causadas por acidentes envolvendo veículos foi de dez anos e, por isso, o limite para que os estados e municípios intensifiquem ações para chegar a esse objetivo é em 2028. Na última semana, o governo de Goiás e a prefeitura de Goiânia oficializaram a adesão ao Plano Nacional pela Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans) que tem o objetivo de reduzir em 50% o número de falecimentos no trânsito até o prazo estabelecido.
Pilares do PNATRANS
O Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans) é dividido em seis pilares e congrega ações em iniciativas que destacam as áreas de atuação que serão prioritárias. O primeiro pilar, prevê a gestão integrada do sistema viário e o avanço do processo de tratamento de dados e consolidação do Registro Nacional de Estatística de Trânsito (Renaest). No Brasil, o plano tem potencial de preservar 86 mil vidas no período em que estiver em vigor.
Outro pilar, nomeado de “Vias Seguras” trata da adequação da classificação viária e dos limites de velocidade às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). A segurança veicular é outro pilar que deve ser prioridade. O Pnatrans traz, ainda, parâmetros de segurança e busca para fazer com que os veículos e itens de segurança vendidos no Brasil estejam de acordo com as melhores práticas mundiais no quesito.
Mais um destaque do Pnatrans é a educação de trânsito e fiscalização. A abordagem educativa tradicional tem resultados de médio e longo prazo. Por isso, o plano visa estimular o engajamento da imprensa e promover campanhas nos meios de comunicação para alcançar resultados em curto prazo. A fiscalização deverá priorizar o combate às principais causas de acidentes, como o excesso de velocidade e o consumo de álcool e outros psicoativos na direção.
O plano também prevê atenção ao socorro das vítimas de acidentes de trânsito pelas esferas públicas já que o tempo de atendimento é crítico para reduzir o risco de morte ou lesão grave dos envolvidos. Por isso, o plano aponta que a prestação de socorro deve ser coordenada entre as diferentes áreas de especialidade.
Segurança no trânsito envolve várias esferas públicas
A Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM) fez uma parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SME) por meio do projeto “Educação e Mobilidade” para ser implantado nas escolas municipais da Capital. O titular da SMM, Horácio Mello acredita que a educação no trânsito é a principal ferramenta para redução de mortes em acidentes. “Não há outra forma de mudar o trânsito, que não passe pela mudança de comportamento”, disse.
O secretário destacou ainda outros projetos que estão sendo desenvolvidos pela pasta para priorizar o respeito e proteção à vida dos mais frágeis, como rege o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). De acordo com SMM, em Goiânia, está ocorrendo a implantação de motobox, faixas não semaforizadas e trabalho de educação de trânsito.
Um dos maiores impactos do número de acidentes de trânsito recai sobre o Sistema Único de Saúde. De acordo com o titular da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Ismael Alexandrino, a maior parte da demanda de atendimentos na área de traumas é referente à violência no trânsito. O secretário acredita que a redução da violência no trânsito influenciaria diretamente nos gastos relacionados à saúde em Goiás.
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