Presidente brasileiro afirmou ainda que não gostaria de fazer o corte, mas culpou a situação herdada dos governos anteriores.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que os estudantes que protestam contra o contingenciamento de verbas nesta quarta-feira (15) são “massa de manobra” e “idiotas úteis”. A opinião foi dada ao chegar a Dallas, no estado norte-americano do Texas. O chefe do Executivo vai se encontrar na cidade com o ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush.

Segundo Bolsonaro, os manifestantes são manipulados por uma minoria que comanda as universidades federais. “É natural, mas a maioria ali é militante. Se você perguntar a fórmula da água, não sabe, não sabe nada. São uns idiotas úteis que estão sendo usados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo das universidades federais no Brasil”, disse.

Em seguida, Bolsonaro argumentou sobre o contingenciamento de verbas e reforçou que não é um corte. “Nós temos um problema, peguei um Brasil destruído economicamente também. Então, as arrecadações não eram aquelas previstas de quem fez o orçamento para o corrente ano”, disse o presidente. E continuou: “Se não houver contingenciamento, eu simplesmente vou de encontro com a Lei de Responsabilidade Fiscal”, completou.

O presidente afirmou ainda que os milhares desempregados do país não têm qualquer qualificação porque o Partido dos Trabalhadores (PT) não cuidou devidamente. “Se você pega as provas, que acontecem de três em três anos, está cada vez mais ladeira abaixo. A garotada, com 15 anos de idade, na oitava série, 70% não sabe uma regra de três simples. Qual o futuro dessas pessoas?”, questionou.

Manifestações

Estudantes, professores e movimentos sociais de todo o Brasil protestam, na manhã desta quarta-feira (15), contra o contingenciamento de verbas da Educação anunciado pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL). A comunidade acadêmica prometeu uma Greve Nacional, convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

Em Brasília, a mobilização começou às 10h, com concentração no Museu Nacional da República. O movimento abrange as 678 instituições públicas de ensino fundamental e médio da capital, além da Universidade de Brasília (UnB) e do Instituto Federal de Brasília (IFB).

A orientação de aderir à paralisação nacional foi tomada após assembleia geral realizada na última quarta-feira (08) pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE). A UnB sofreu contingenciamento de 40% nos recursos, perda de R$ 48,5 milhões que pode afetar gastos com água, luz e segurança. Os bloqueios também atingiram a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Somente na instituição federal de ensino superior, foram eliminadas 123 bolsas.

MEC

O Ministério da Educação divulgou uma nota nesta quarta-feira comentando a tensão entre estudantes, professores, comunidade acadêmica e o chefe da pasta, Abraham Weintraub. O governo disse estar “aberto ao diálogo”.

A pasta afirmou que ainda busca alternativa para atender as necessidades das instituições de ensino e as reivindicações de estudantes e docentes, mas com respeito às limitações orçamentárias do governo. “O MEC está aberto ao diálogo com todas as instituições de ensino para, juntos, buscarem o melhor caminho para o fortalecimento do ensino no pais”, explicou o texto.

Fonte: Metrópole