A variante P1, identificada pela primeira vez em Manaus (AM), já predomina entre os casos positivos de coranavírus registrados em Goiânia nas últimas semanas. O secretário Municipal de Saúde, Durval Pedroso, anunciou nesta quarta-feira (17) que foi encontrada 93% da cepa em 30 amostras colhidas em pacientes.
“Apesar de ser uma amostragem pequena, esse dado de positividade, do ponto de vista epidemiológico, traduz em prevalência maior. Na hora que transformo essa amostragem de 30 para o cenário da capital e tenho 93% do achado, fica praticamente definida que seja essa cepa a predominante em Goiânia”, declarou o secretário.
Segundo Pedroso, a P1 tem maior poder de contágio e provoca a internação de pessoas mais jovens, diferentemente do que se observava na onda anterior do ano passado, quando pessoas mais idosas e com comorbidades eram mais hospitalizadas.
“Hoje, o cenário mostra pessoas mais jovens em estado grave, isso é o reflexo dessa cepa mais agressiva. As pessoas devem se preocupar em saber que a gravidade da doença que castigou Manaus, hoje encontra-se em Goiânia”, alertou o secretário.
Pedroso alerta que a taxa de letalidade dentro das UTIs é muito grande, de até 60%. “Dessas 300 pessoas internadas, a grande chance de 150 vir a falecer é muito grande”.
Apenas neste mês de março foram realizadas mais de 10 mil autuações de vigilância por parte da fiscalização, segundo o secretário.
“Vários estabelecimentos foram fechados e, mesmo assim, pessoas insistem em participar de festas clandestinas e expor a vida de outras pessoas e a sua própria dessa forma”, ponderou.
A taxa de ocupação das UTIs da rede de saúde da capital chegou a 99% nesta quarta-feira, ou seja, apenas uma vaga estava disponível para ocupação. A situação das enfermarias também é crítica com 96% de leitos ocupados.
Restrições
A prefeitura de Goiânia decidiu fechar o comércio não essencial por 14 dias para conter o avanço da doença entre a população. A medida começou a valer na segunda-feira (15).
O secretário pondera que as restrições precisam ser obedecidas como a única forma de controlar a disseminação do vírus diante das poucas opções a serem adotadas. Para Durval Pedroso, neste momento, apenas as vacinas e o isolamento social podem ajudar no controle da pandemia.
“A população não observou a necessidade das restrições que propôs os primeiros decretos e que essa realidade da taxa de diminuição de circulação do vírus ainda não pode ser percebida. Por isso a importância desses próximos 14 dias serem fundamentais para a contenção da taxa de transmissão da doença e para que o sistema de saúde continue atendendo as pessoas”, destacou.
G1