Os Estados Unidos ultrapassaram nesta segunda-feira (31) os 6 milhões de casos de infecção pelo novo coronavírus, segundo contagem da universidade Johns Hopkins. O número alarmante de mortes e o avanço da doença poderiam acelerar a produção de uma vacina, sem passar pelos últimos estágios de testes.
Os EUA são o país mais atingido no mundo pela pandemia em valores absolutos, com mais de 183.000 mortos. Por volta de 20% das infecções pelo coronavírus no mundo foram registadas no país.
O número de novos casos de Covid-19 baixou nas últimas semanas, mas a doença está longe de ser controlada. Além disso, a média global americana esconde as enormes diferenças regionais.
Este balanço poderia levar o país a queimar etapas na produção de uma vacina. O chefe da Agência americana de medicamentos (FDA), Stephen Hahn, anunciou que uma vacina poderia ser autorizada nos Estados Unidos de acordo com um protocolo de urgência. Isso significa que a vacinação da população começaria antes do fim dos testes clínicos para confirmar a segurança e a eficácia do medicamento.
“Será uma decisão fundada na ciência, na medicina, em dados. Não será uma decisão política”, precisou Hahn em uma entrevista publicada no domingo (31) no jornal britânico The Financial Times, respondendo à questão sobre uma possível submissão à pressão do presidente americano Donald Trump para autorizar uma vacina antes da eleição presidencial de 3 de novembro.
Trump prometeu uma vitória total sobre a pandemia graças à concepção, ainda este ano, de centenas de milhões de doses de vacina que seriam rapidamente disponibilizadas.
Corrida
Na corrida por um remédio, o Canadá assinou um acordo com a empresa de biotecnologia americana Novavax para garantir 76 milhões de doses de seu projeto de vacina contra a Covid-19, segundo comunicado publicado nesta segunda-feira (31).
As doses do projeto da Novavax, que acaba de começar os testes da fase 2, poderiam ser entregues no segundo trimestre de 2021 se sua eficácia for comprovada.