A crise econômica em virtude da disseminação do novo coronavírus tem impactado os pequenos negócios de diversos segmentos de atividade. Ainda assim, alguns setores têm registrado aumento na demanda e desenvolvido soluções para os desafios do momento. Transporte e logística é um desses segmentos que soube aproveitar as oportunidades geradas com as mudanças de comportamento do consumidor. O crescimento das vendas online trouxe aos empreendedores do país uma nova forma de proporcionar a experiência de compra, venda e entrega ao cliente. Para debater sobre as principais tendências e desafios do setor, o Sebrae realizou uma live em suas mídias sociais com a participação de gestores do Correio, do Sistema CNA/Senar e da Fretebras.
A chefe do departamento de vendas dos Correios, Alessandra Weber, confirma o crescimento do número de pequenas empresas que aderiram ao e-commerce a partir do início do isolamento social no país. Segundo ela, os Correios tomaram uma série de iniciativas para facilitar a vida do empreendedor que nunca tinha vendido de modo online. “Nós modernizamos uma série de etapas no serviço, como por exemplo o fato de o empresário poder contratar pacotes de entregas de forma totalmente online, tendo a comodidade de agendar coletas de produtos para delivery. Ou seja, ele fecha o pacote, agenda um horário e os Correios vão buscar e entregar para o cliente”, conta.
Além disso, Alessandra acredita que as vendas online vieram para ficar e, com o passar do tempo, irão apresentar novas modalidades de entrega. “Na minha visão, acredito que é uma tendência a opção para o cliente de entregas planejadas, com mais prazo, e também aquelas demandas mais urgentes, que precisam ser entregues no mesmo dia. Os donos de pequenos negócios precisam ficar atentos a isso e desenvolverem soluções. Os Correios estão presentes em todos os cantos do país para ajudar nesse sentido”, afirma.
Os produtores rurais também já aderiram às vendas online. Segundo o gestor de negócios do Sistema CNA/Senar, Wilson Brandão, o agronegócio não parou sua atividade, mas em razão da crise, teve que remodelar a forma de venda e distribuição. “O grande desafio é escoar a produção. Percebemos que o fluxo de vendas mudou muito. O que se vendia em um dia, agora, se vende em uma semana por exemplo”, observa. Brandão aproveitou a oportunidade para falar do lançamento do Mercado CNA, uma plataforma online que une produtores rurais, comerciantes e agentes de logística.
“No início criamos a possibilidade de o produtor cadastrar a quantidade e características dos seus produtos disponíveis. Da mesma forma, os comerciantes identificavam o que estavam com necessidade de comprar. Hoje o sistema evoluiu e o produtor se encontra com o comerciante e com o agente de logística, tudo de forma online. Os negócios são feitos ali, dentro do ambiente que criamos. É o avanço tecnológico contribuindo para o crescimento do agronegócio no país”, afirma Brandão.
Outra plataforma que reúne recursos online voltados para logística e transporte é a Fretebras. Através de uma página na internet, caminhoneiros e donos de empresas de logística são conectados e podem fechar negócios diretamente. O diretor de operações da empresa, Bruno Hacad, diz que a atual situação do país impactou um pouco o valor do frete, mas espera que isso melhore com o passar dos meses. Hacad acrescenta que a Fretebras tem hoje 400 mil caminhoneiros cadastrados e tomou medidas para enfrentar esse momento.
“Adotamos medidas para ajudar às duas pontas; tanto as transportadoras, como os caminhoneiros. Lançamos a distribuição de marmitas em diversos pontos do país e foram investidos R$ 1 milhão de reais para manter esses trabalhadores nas estradas. Criamos uma página gratuita para que comércios façam cotações de frete como nossas empresas. Isso possibilitou a prospecção de novos clientes, mesmo durante a pandemia”, enumera Hacad.
Agência Sebrae