Goiás possui 1.136 cavernas registradas, número que o coloca entre os cinco estados brasileiros com maior concentração desses ambientes, representando 4,36% do total nacional. Embora esteja atrás de Minas Gerais, Pará, Bahia e Rio Grande do Norte, o estado guarda um patrimônio subterrâneo significativo, ainda pouco explorado para fins turísticos e científicos.
No Brasil, mais de 26 mil cavernas já foram catalogadas pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (ICMBio/Cecav). Minas Gerais lidera o ranking com 12.911 cavernas (49,57%), seguido pelo Pará (3.224), Bahia (2.017), Rio Grande do Norte (1.373) e Goiás, que completa a lista dos cinco estados com maior concentração de cavernas. Juntos, esses estados abrigam 80% de todas as cavernas conhecidas no país.
O turismo de natureza, cada vez mais valorizado, ganha força também no universo subterrâneo. “As cavernas turísticas são as janelas mais enfeitadas e acessíveis para um vasto e pouco conhecido ambiente subterrâneo, geram oportunidades de lazer, entretenimento e educação, além de emprego e renda para comunidades locais”, explica a espeleóloga Luciana Alt, responsável pelo Censo Brasileiro de Cavernas Turísticas.
O Censo 2025, coordenado pelo ICMBio, convoca gestores de Unidades de Conservação (UCs) a contribuírem com informações sobre localização, infraestrutura, número de visitantes e atividades realizadas nas cavernas. O levantamento está integrado ao Plano de Ação Nacional para Conservação do Patrimônio Espeleológico Brasileiro (PAN Cavernas do Brasil), criado em 2021, que busca prevenir impactos humanos e valorizar esses espaços para visitação.
Segundo o Anuário Estatístico do Patrimônio Espeleológico Brasileiro, quase metade das cavernas conhecidas está no bioma Cerrado (12.008), incluindo grande parte das cavernas goianas. O levantamento também indica que 8.322 cavernas estão dentro de unidades de conservação, sendo 57% em áreas de uso sustentável e 43% em proteção integral. Além disso, 11.397 cavernas (43,76% do total) estão localizadas em regiões pleiteadas pela mineração, o que reforça a importância de políticas públicas para conciliar preservação e uso econômico.
Especialistas afirmam que o potencial turístico das cavernas de Goiás ainda é pouco explorado, mas com o censo e a valorização do patrimônio espeleológico, o estado pode se consolidar como um destino de ecoturismo diferenciado, oferecendo experiências únicas em seus impressionantes ambientes subterrâneos.
 
						 
							 
			 
			 
			 
			 
			 
			 
			 
			 
			 
			