Estudos do Sebrae mostram a importância das MPE, em especial para os jovens que buscam se colocar no mercado formal
Às vésperas do Dia Mundial do Trabalho, as Micro e Pequenas Empresas (MPE) no Brasil têm muito a celebrar. Apesar da economia do país não ter ainda se firmado e mesmo com os dados negativos apresentados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) – 43,2 mil desempregados foram registrados no mês de março – as MPE foram as grandes responsáveis por manter o nível de emprego no primeiro trimestre de 2019, com quase 180 mil novos postos de trabalho.
“O empreendedorismo é a grande mola propulsora do emprego. Os pequenos negócios, que respondem por 98,5% das empresas do país, são os principais geradores de vagas formais, abrindo caminho para a recuperação da economia”, analisa o presidente do Sebrae, Carlos Melles.
Estudos feitos pelo Sebrae, com base em dados do ministério da economia, mostram que as micro e pequenas empresas são especialmente importantes para o público mais jovem, que busca o primeiro emprego. Em 2017, quando o levantamento foi realizado, os números do CAGED confirmaram que as MPE são a principal porta de entrada para o trabalho formal no Brasil.
Segundo o estudo, os pequenos negócios deram a primeira oportunidade de emprego para a maioria (55%) do total de 1,4 milhão de pessoas que assinaram a carteira de trabalho pela primeira vez. Ainda de acordo com a pesquisa, 69,5% das 755,5 mil pessoas que foram contratadas pelas MPE e que tiveram a carteira assinada, pela primeira vez, em 2017, eram jovens com até 24 anos de idade.
Quando cruzadas as informações sobre o perfil do primeiro emprego, por sexo e nível de escolaridade, a avaliação do Sebrae revela que as mulheres com mais tempo de estudo (superior incompleto e superior completo) tiveram a preferência dos pequenos negócios, em 2017, superando a mão de obra masculina com mesmo nível.
Outro aspecto importante que pode ser destacado no Dia do Trabalho é o aumento gradual do empreendedorismo por oportunidade, motivado pela identificação de uma demanda do mercado e ainda pelo desejo de realização pessoal.
Em 2018, para cada empreendedor inicial – com até 3,5 anos de atividade – havia 1,6 por oportunidade. Os dados são do relatório Global Entrepreneurship Monitor (GEM 2018), realizado no Brasil pelo Sebrae, em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP).
A proporção de empreendedores por oportunidade vem aumentando gradativamente desde 2015, auge da crise econômica brasileira, chegando a 62% em 2018. No ano passado, mais de 15 milhões de brasileiros empreendiam por oportunidade, número 60% superior ao de empreendedores por necessidade. E o que mais chama a atenção: ter o próprio negócio já figura na quarta colocação entre os principais sonhos dos brasileiros, enquanto fazer carreira numa empresa aparece em oitavo lugar.
Fonte: Assessoria de Imprensa Sebrae