O Ministério Público de Goiás (MPGO) ofereceu nesta sexta-feira (29) denúncia contra o cabo da polícia militar Francisco de Assis Jesus dos Santos Soares de Oliveira. Ele está sendo acusado pela prática de estelionato contra 20 outros policiais também lotados no Batalhão de Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), do 1º Comando Regional da Polícia Militar.
A pedido do MPGO, ele foi preso preventivamente ontem (28). A Justiça Militar também acolheu o pedido para bloqueio de valores disponíveis em nome de Francisco de Oliveira em contas de instituições financeiras localizadas no Brasil ou exterior. A denúncia foi oferecida pelo Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial (NCAP) e pela 84ª Promotoria de Justiça de Goiânia.
Narra a denúncia que, há cerca de um ano, o policial começou a orientar seus companheiros de batalhão com dicas e mentorias sobre aplicações financeiras em criptomoedas (tipo de dinheiro virtual), ativos de renda variável e apostas esportivas. Assim, as vítimas começaram a participar de uma banca conjunta, criada e mantida por Francisco de Oliveira, em uma plataforma on-line, com sede no Reino Unido, onde faria aplicação de valores em apostas esportivas, com promessa de lucratividade de 30% a 50%.
O cabo abordou cada umas das vítimas e, com a mesma argumentação, assegurou-lhes os altos rendimentos e garantiu que se responsabilizaria acaso acontecessem eventuais prejuízos. Apurou-se ainda que, para fazer parte do grupo de investimentos, o denunciado exigia que cada participante fizesse o aporte inicial de R$ 10 mil.
Ocorre que, após alguns pagamentos de valores supostamente recebidos como lucro, nenhuma das vítimas recebeu mais nenhum rendimento dos valores transferidos por eles ao cabo Francisco. Quando procurado pelos colegas de corporação, em razão do não pagamento dos lucros prometidos, o denunciado informou-lhes que os valores aplicados estavam bloqueados por problemas técnicos na plataforma de investimentos.
Ele acrescentou que seria necessário ainda o aporte, de cada um, de mais R$ 2 mil para liberação. Como as vítimas não concordaram com essa nova exigência, o cabo Francisco prometeu pagar aos colegas todos os valores recebidos para o suposto investimento até 20 de dezembro de 2021.
Ultrapassada esta data, o denunciado não devolveu os valores recebidos e continuou insistindo que o dinheiro continuava bloqueado por problemas técnicos, deixando os demais policiais com prejuízos no valor global de mais de R$ 1 milhão.