Mesmo com os crescentes números de infectados e mortos pelo coronavírus em Goiás, além dos prognósticos sobre a pandemia realizados pela UFG, várias prefeituras vêm atendendo a pedidos de reabertura de atividades não essenciais, especialmente do comércio. Para falar dos riscos dessa reabertura em Goiás, o telejornal TBC 1 recebeu nesta quinta-feira, 28, o médico infectologista Boaventura Braz.
Profissional experiente com atuação no Hospital de Doenças Tropicais (HDT), Braz se disse preocupado, já que a situação pode levar a um colapso do sistema público de saúde. “Se não tomarem os devidos cuidados, se os ônibus começarem a ficar superlotados, poderemos ter um retrocesso”, comentou o médico com a apresentadora Michelle Bouson na coluna Bate-papo do Dia no telejornal da TV Brasil Central.
Boaventura Braz lembrou na entrevista que a lotação dos leitos hospitalares para a Covid na Grande Goiânia já está próxima de 80% e que outro agravante no tratamento da doença é o tempo médio de internação dos infectados. “O paciente internado dificilmente vai ficar menos de 10 dias, se ele for para a UTI [Unidade de Terapia Intensiva] vai ficar pelo menos 20 dias. Isso para ele sair com vida, porque, infelizmente, pode acontecer o pior”, afirma.
Ele reforça a importância do isolamento social como única medida capaz de não deixar acontecer a sobrecarga dos leitos hospitalares e desmentiu o mito da “imunidade de rebanho”, que sugere que uma maior contaminação proporcional (60% ou 70%) da população poderia levar a uma estabilização da pandemia.
“Isso é um dos erros teóricos que tem sido levado adiante, não é verdade. Se fosse assim, nós já teríamos uma situação de blackout geral no sistema de saúde”, explicou.
A entrevista completa está disponível na página da TV Brasil Central no YouTube, em youtu.be/Gq2L5z51mbY.
ABC Digital