Saneago pondera que medida só será implementada se nível cair a 1,5 mil litros por segundo; hoje ele é de 2,8 mil. Empresa promete avisar população com antecedência sobre ações. MP critica fiscalização na bacia do rio.

A Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de serviços Públicos (AGR) aprovou Plano de Racionamento do Abastecimento de Água proposto pela Saneamento de Goiás (Saneago). O intuito é evitar o desabastecimento de água na Grande Goiânia durante o período da seca. A medida prevê o rodízio (abastecimento alternado por regiões ou bairros) se o nível do Rio Meia Ponte continuar caindo, como vem ocorrendo nos últimos meses.

Uma reunião com representantes de todos os órgãos envolvidos foi realizada na terça-feira (27) no Ministério Público (MP) para discutir a questão.

De acordo com a Saneago, a vazão do rio atualmente está próxima do nível crítico 3, que é de menos de 2,8 mil litros de água por segundo.

Na prática, de acordo com a empresa, o rodízio só será implementado se a vazão, atingir, nos próximos dias, o nível crítico 4, que é 1,5 mil litros de água por segundo.

O presidente da Saneago, Ricardo Soavinski, disse que, apesar do plano ter sido aprovado, a expectativa é que as medidas propostas por ele não precisem ser realizadas.

“Tudo sendo feito para não entrar, não precisar ir para o extremo que é o rodízio, mas está previsto e aprovado. Então vai o recado para a população que está nos ouvindo. É a hora de cada um fazer a sua parte, porque tudo que podia ser feito anteriormente nesse período pela Saneago e outros órgãos do governo foi feito”, destaca.

Em nota divulgada em seu site, a Saneago destacou que “a planilha de alternância de bairros será amplamente divulgada, com antecedência de 48 horas, demonstrando as regiões a serem atingidas”.

Fiscalização

Durante reunião, a subprocuradora-geral de Justiça para Assuntos institucionais do MP, Laura Bueno, criticou a fiscalização realizada na bacia do Rio Meia Ponte, alegando que ela influencia no abastecimento de água.

Ela explicou que a retirada de água por produtores rurais e indústrias que possuem a outorga (autorização) está sendo realizada de forma indiscriminada e que pode até acionar a Justiça para suspender as licenças caso veja necessidade.

Rio Meia Ponte sofre com a redução do nível por conta do longo período de estiagem — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Rio Meia Ponte sofre com a redução do nível por conta do longo período de estiagem — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

“Suspender as outorgas pelo prazo indeterminado, daqueles que podem captar água no rio meia ponte para suas atividades, seja na indústria, seja na agricultura. Se houve uma maior fiscalização, a nossa expectativa é que fiscalizando, corrigindo os erros, a vazão rio aumente”, pontua.

Sobre a questão, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), informou, em nota, que está intensificando a fiscalização na bacia hidrográfica do Rio Meia Ponte.

O comunicado aponta ainda que já orientou produtores rurais que utilizam a água do rio a fazerem o processo de irrigação exclusivamente noturno e utilizarem somente 50% do volume outorgado.

Fonte: G1 Goiás