Mais de 90 pessoas morreram, incluindo 13 militares americanos, no atentado terrorista do Estado Islâmico-Khorosan no aeroporto internacional de Cabul, capital do Afeganistão, na quinta-feira (26).

A agência de notícias Reuters diz que são 92 óbitos, citando duas autoridades do Talibã, e a rede de televisão CNN fala em mais de 90 afegãos mortos e mais de 150 feridos, segundo o ministro da Saúde.

A Associated Press (AP) afirma que 169 pessoas morreram, citando duas fontes afegãs, mas diz que a contagem pode mudar pois ainda há muitos corpos desmembrados ou ainda não identificados.

As forças de segurança americanas estão em alerta para a possibilidade de mais ataques nesta sexta-feira (27) e estão compartilhando informações com o Talibã nos postos de controle fora do aeroporto.

Corpos de afegãos mortos no atentando no aeroporto de Cabul são colocados no chão em um hospital da capital do Afeganistão nesta sexta (27), um dia após as explosões que deixaram dezenas de vítimas — Foto: Wali Sabawoon/AP
Corpos de afegãos mortos no atentando no aeroporto de Cabul são colocados no chão em um hospital da capital do Afeganistão nesta sexta (27), um dia após as explosões que deixaram dezenas de vítimas — Foto: Wali Sabawoon/AP

A informação foi dada pelo general Kenneth “Frank” McKenzie, chefe do Comando Central dos Estados Unidos, órgão responsável pelas operações militares no Oriente Médio, inclusive o Afeganistão.

Apesar do atentado e do novo alerta, os voos de retirada de estrangeiros e afegãos não pararam ontem e continuam hoje .

Cerca de 12,5 mil pessoas foram evacuadas na quinta, elevando para 105 mil o número de retirados do Afeganistão desde o dia 14, segundo a Casa Branca.

As explosões ocorreram perto do portão Abadia, onde a segurança é feita pelos EUA, e o ataque foi assumido pelo braço afegão do Estado Islâmico (EI-K), um grupo extremista rival do Talibã.

As informações até o momento são que dois homens-bomba e homens armados atacaram afegãos que se aglomeravam no portão, na tentativa de sair do país, e também soldados americanos que faziam a triagem para os voos de evacuação.

Mapa identifica área das explosões próximas ao aeroporto de Cabul — Foto: Arte G1
Mapa identifica área das explosões próximas ao aeroporto de Cabul — Foto: Arte G1

O porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, condenou o atentado, afirmando que “o Emirado Islâmico [do Afeganistão] condena veementemente o bombardeio de civis no aeroporto de Cabul, ocorrido em uma área onde as forças dos EUA são responsáveis pela segurança”.

Estado Islâmico-Khorosan (EI-K) é mais radical do que o Talibã e criticou o acordo de paz assinado com os EUA que resultou na retirada estrangeira do Afeganistão.

O presidente americano, Joe Biden, disse que não vai perdoar o ataque e vai caçar os responsáveis. “Não vamos perdoar. Não vamos esquecer. Vamos caçá-los para fazer vocês pagarem”, afirmou Biden, ressaltando que “esses terroristas do Estado Islâmico não vão ganhar”.

Biden diz que os Estados Unidos não serão intimidados após atentado no Afeganistão
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Mais de 100 mil pessoas evacuadas

O aeroporto internacional Hamid Karzai é a única porta de saída para milhares de estrangeiros e afegãos que tentam, desesperados, deixar o país nos voos de retirada dos países ocidentais.

Cerca de 12,5 mil pessoas foram evacuadas na quinta, mesmo com o atentado, elevando para 105 mil o número de retirados do Afeganistão desde o dia 14, na véspera de o Talibã tomar a capital Cabul e voltar a poder após 20 anos.

Segundo o jornal “The New York Times”, ao menos 250 mil afegãos que trabalharam para os EUA ainda não foram retirados do país — e o atual ritmo de evacuação não é suficiente para retirar todo mundo até terça-feira (31).

A data limite foi estipulada pelo presidente americano, Joe Biden, no começo de julho, que recusou os pedidos de aliados para adiar a saída definitiva do Afeganistão. O Talibã já disse, reiteradas vezes, que não aceita a prorrogação do prazo.

G1