Informe Conjuntural do setor projeta alta de 0,9% no PIB e expansão de apenas 0,4% na produção do setor.

As expectativas da indústria sobre o crescimento da economia e da produção do setor encolheram no segundo trimestre do ano. O Informe Conjuntural, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quinta-feira (25), indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá 0,9% – em abril, a previsão era alta de 2%l. Já o PIB industrial esperado é de 0,4%, bem abaixo da projeção de 1,1%, feita no primeiro trimestre.

“É um resultado decepcionante. A economia mantém-se muito próxima da estagnação desde o fim da crise”, diz o documento.

A indústria também reduziu de 2,2% para 1,5% a previsão de crescimento do consumo das famílias. A projeção de alta no investimento caiu de 4,9% em abril para 2,1% agora. E a taxa de desemprego continuará elevada, segundo o informe, atingindo 12,1% da força de trabalho.

“O marasmo dominou a economia no primeiro semestre. O consumo não reage, o investimento continua travado e as exportações apresentam dificuldades. Portanto, as fontes privadas de demanda seguem sem capacidade de promover a necessária reativação da economia”, explica o Informe Conjuntural.

Medidas positivas

Diante deste cenário, a CNI avalia que a liberação de parte dos recursos das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) pode impulsionar o consumo. Porém, sugere que o governo adote outras medidas para estimular a demanda no curto prazo, como a redução dos juros e o estímulo ao crédito.

“A queda dos juros é mais importante no curto prazo, pois seus efeitos já se farão sentir na cadeia de financiamento. Não faz sentido manter a taxa de juros se a economia se encontra estagnada e não há pressões de inflação”, afirma o economista da CNI Marcelo Azevedo.

No entanto, adverte a CNI, as medidas de curto prazo devem ser complementadas com ações estruturais para que a economia retome o crescimento sustentado.

“Não há dívida de que um novo ciclo de crescimento apenas irá ocorrer com o avanço das reformas macroestruturantes, como a da Previdência. Também são críticas e urgentes as medidas que transformem o ambiente de negócios e estimulem o investimento, como a reforma tributária, a desburocratização, as privatizações, as concessões na infraestrutura e a regulação dos mercados.  Sem elas não haverá um ciclo virtuoso de crescimento”, destaca Azevedo.

Fonte: Destak Jornal