A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia determinou nesta sexta-feira (25) que Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente, entregue o passaporte para a Polícia Federal.

A ministra atendeu a um pedido de parlamentares de oposição que acionaram o STF para pedir o “confisco” do documento de Salles e, com isso, evitar que o político deixe o país. O ex-ministro pediu demissão do cargo na quarta-feira (23).

Cármen Lúcia é relatora do inquérito que investiga se o ex-ministro atuou para dificultar as investigações da maior apreensão de madeira ilegal realizada pela Polícia Federal no país.

Além deste caso, Salles é investigado por suposta participação num esquema de exportação de madeira ilegal para Europa e Estados Unidos. Ele foi alvo de buscas e apreensão e teve seus sigilos quebrados neste processo por ordem do ministro Alexandre de Moraes.

Pressionado por investigações, Salles deixou o governo nesta semana e com isso perdeu o foro privilegiado. A Procuradoria-Geral da República ainda vai se manifestar no Supremo se as apurações devem deixar o STF e seguir para a primeira instância.

A suspeita foi apresentada pela Polícia Federal. Ao Supremo, a PF disse haver “fortes indícios” de que Ricardo Salles participa de um esquema de contrabando ilegal. Salles nega ter cometido irregularidades.

Gestão polêmica

A gestão de Ricardo Salles no Ministério do Meio Ambiente foi marcada por uma série de outras polêmicas. Uma delas envolve a reunião ministerial de 22 de abril de 2020, no Palácio do Planalto.

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Na reunião, Ricardo Salles sugeriu a Bolsonaro que o governo aproveitasse que a atenção da imprensa estava voltada para a pandemia da Covid-19 para “ir passando a boiada” na área ambiental, alterando regras.

No Ministério do Meio Ambiente, Salles também entrou em atrito com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) quando o órgão divulgou dados de desmatamento.

G1