O papa Francisco pediu, por carta., ao patriarca Kiril, chefe da Igreja Ortodoxa Russa, para defender a paz na Ucrânia e o fim da guerra, informou hoje (25) o portal de notícias do Vaticano, Vatican News.
“Que o Espírito Santo transforme os nossos corações e nos converta em verdadeiros artífices da paz, especialmente para a Ucrânia devastada pela guerra, para que o grande passo pascal da morte para uma nova vida em Cristo seja uma realidade para o povo ucraniano, que anseia novo amanhecer que ponha fim à escuridão da guerra”, afirmou o papa, citado pela agência espanhola Efe.
O pontífice enviou a mensagem a Kiril e a outros patriarcas de ramos ortodoxos do cristianismo, por ocasião da Páscoa, que algumas igrejas católicas e ortodoxas celebraram no domingo (17), de acordo com o calendário juliano, acrescentou o Vatican News.
O papa lamentou “o sofrimento da família humana, esmagada pela violência, pela guerra e por tantas injustiças”.
A Igreja Ortodoxa Russa (IOR) criticou eventuais sanções ao patriarca Kirill pela sua posição sobre o conflito na Ucrânia, condenada por Kiev e outras nações ocidentais.
A IOR apoiou anteriormente a “operação especial” russa na Ucrânia, o que, segundo especialistas, foi uma das razões para a suspensão do encontro entre Kiril e o papa Francisco, que se realizaria no próximo mês de junho.
Ao mesmo tempo, Francisco afirmou, em entrevista ao jornal La Nación, que sua relação com Kiril, com quem se encontrou apenas uma vez em Havana, em 2016, é “muito boa”.
“A nossa diplomacia entendeu que uma reunião dos dois neste momento poderia prestar-se a muitas confusões”, explicou o pontífice sobre o motivo do cancelamento do encontro com Kiril.
Questionado sobre as razões de não ter viajado para a Ucrânia como sinal de apoio àquele país, o papa disse que nas condições atuais não pode “fazer nada que ponha em risco objetivos mais elevados”, como a possibilidade de se alcançar uma trégua ou “pelo menos, um corredor humanitário”.
A Rússia lançou, em 24 de fevereiro, ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de 2 mil civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
Agência Brasil