A Polícia Federal (PF) apreendeu um celular, o carro e um caderno com anotações na casa do bolsonarista Antônio Cláudio Alves Ferreira, de 30 anos, que foi filmado ao destruir o relógio de Dom João VI nos atos terroristas no Palácio do Planalto, em Brasília. A operação aconteceu nesta terça-feira (24), em Catalão, onde ele morava, no sudeste de Goiás.
Antônio foi preso pela PF na segunda-feira (23), em Uberlândia, em Minas Gerais. As investigações para identificação das pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os atos terroristas continuam em curso, segundo a PF.
O g1 não conseguiu localizar a defesa de Antônio Cláudio para se manifestar até a última atualização desta reportagem.
O relógio de pêndulo foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI, que trouxe a peça para o Brasil em 1808. A obra foi criada por Balthazar Martinot, relojoeiro do rei francês Luís XIV.
Buscas
A Polícia Federal monitovara a residência de Antônio Cláudio desde que ele foi identificado após os atos. Ele é morador de Catalão e o carro dele foi filmado em Brasília no dia das invasões ao Palácio do Planalto, ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Dez dias depois, o veículo dele foi filmado novamente rodando em Catalão. A partir daí, os agentes intensificaram as buscas até o encontrarem em Minas Gerais.
A reportagem apurou que Antônio Cláudio trabalhou em duas oficinas de carro em Catalão. A TV Anhanguera localizou o dono de uma delas, que preferiu não gravar entrevista, mas contou que o homem saiu da oficina durante a pandemia e que, nos últimos meses de trabalho, puxava conversas com colegas para atacar a democracia.
Processos
Antônio Cláudio teve três processos criminais na Justiça de Catalão. Todos estão arquivados atualmente porque ele cumpriu as sentenças. Abaixo, veja os processos no Tribunal de Justiça de Goiás:
Ano de 2014 – TCO art 147 (ameaça)
Ano de 2014 – TCO art 147 (ameaça)
Ano de 2015 – Processo envolvendo a propriedade de um automóvel
Ano de 2017 – prisão flagrante – art 33 (tráfico drogas)
De acordo com as sentenças, os processos por ameaça foram arquivados porque Antônio Cláudio fez acordo com uma das vítimas e, no outro processo, a vítima não compareceu à audiência.
Passagens pela polícia
A Polícia Civil de Catalão levantou os registros contra Antônio Cláudio, nesta semana, após ele ser identificado, e descobriu duas prisões.
2014 – Prisão em flagrante pelo crime de receptação, previsto no artigo 180, do Código Penal.
2014 – Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por ameaça, crime previsto no artigo 147.
2014 – Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) previsto no artigo 28 da Lei de Drogas (LD). O artigo versa sobre comprar, guardar ou portar drogas sem autorização para consumo próprio. as penas são advertência sobre os efeitos das drogas e prestação de serviços à comunidade.
2017 – Prisão em flagrante por tráfico de drogas, artigo 33 da LD. Neste caso, o processo foi arquivado em 2018, após ele cumprir a sentença judicial.
O registro de prisão por receptação, de 2014, consta no sistema da polícia, segundo o delegado Jean Arruda, mas ele não foi encontrado pelo Judiciário.
G1 Goiás