A  Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lançou, nesta quarta-feira (22), a pesquisa Condições de Trabalho dos Profissionais de Saúde no Contexto da Covid-19 no Brasil. O estudo vai mostrar de realidade de cerca de 1 milhão de médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e fisioterapeutas que atuam na linha de frente no combate à doença provocada pelo novo coronavírus.

O objetivo é compreender o ambiente e a jornada de atividade, o vínculo com a instituição, a vida do profissional na pré-pandemia e as consequências do atual processo de trabalho, envolvendo aspectos físicos, emocionais e psíquicos desse contingente de trabalhadores.

A coordenadora do estudo, Maria Helena Machado, destaca, no momento atual, denúncias e relatos de profissionais que se dizem em situação de “precarização” do vínculo de trabalho, com salários atrasados, insegurança e sobrecarga de trabalho, causam estresse e outras doenças, além de desgastes físicos e psíquicos. “Conhecer a realidade desse profissional contribuirá para o direcionamento de ações, estratégias e políticas públicas que promovam a melhoria das condições de trabalho das categorias atuantes no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. A participação dos profissionais é muito importante para delinearmos o cenário atual”, diz a a pesquisadora da Fiocruz.

O preenchimento do questionário, que será respondido online, leva de 10 a 15 minutos, e o participante terá a identidade preservada.

Mais atingidos pela covid-19

As profissões com maior número de  registros dentre os casos confirmados de síndrome gripal por covid-19 foram técnicos e auxiliares de enfermagem (62.633), seguidos dos enfermeiros (26.555) e médicos (19.858).

No universo da pesquisa, a distribuição dos óbitos se deu da seguinte forma: técnicos e auxiliares de enfermagem (64), médicos (29) e enfermeiros (16). Foram contabilizadas cinco mortes de fisioterapeutas.

SUS

O Sistema Único de Saúde (SUS), com mais de 200 mil estabelecimentos de saúde (ambulatorial ou hospitalar), dispõe de cerca de 430 mil leitos e emprega diretamente mais de 3,5 milhões de profissionais da saúde, dos quais 2 milhões são médicos e integrantes das equipes de enfermagem.

Na linha de frente, o universo da pesquisa abarca médicos (intensivista, infectologista, pneumologista, radiologista, clínico, cirurgião geral, anestesista, patologista, generalistas); equipes de enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem) e fisioterapeutas (cardiorrespiratórios), que cuidam da atenção primária em saúde e na rede hospitalar de referência em covid-19 em todo o país.

Além das entidades profissionais, como os Conselhos Federais de Enfermagem e de Medicina, são coparticipantes da pesquisa outras instituições como o Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, o Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Pará, o Núcleo de Educação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Minas Gerais, a Universidade Federal do Amazonas, a Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, a Universidade Estadual Vale do Acaraú e a Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente.

A pesquisa tem ainda apoio do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), da  Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva e da Associação Brasileira de Medicina de Urgência.

Agência Brasil