O estado de São Paulo registrou nesta segunda-feira (22) o maior número de pacientes internados em UTI com Covid-19 desde julho de 2020. Segundo dados da Secretaria da Saúde, são 6.410 pacientes em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). O total é o segundo maior desde o início da pandemia, superado apenas pelo dia 5 de julho, quando 6.416 pacientes estavam internados em leitos de UTI no estado.
Para o comitê de saúde do governo, o aumento atual está relacionado a um maior período de internação dos pacientes, o que pode sugerir uma maior gravidade da doença entre os contaminados no estado.
Por conta disso, o comitê de saúde apresentou ao governo estadual novas restrições para reduzir a movimentação de pessoas, que devem ser anunciadas na quarta-feira (24) e começar a valer a partir desta sexta (26). As restrições novas iriam além do que prevê o Plano São Paulo, que divide o estado em sub-regiões e determina restrições diferentes de acordo com a fase da quarentena em que se encontra cada área.
Atualmente, segundo a última atualização feita na sexta-feira (19), apenas quatro regiões do estado (Araraquara, Bauru, Barretos, Presidente Prudente) estão na fase vermelha, em que somente serviços essenciais são autorizados a funcionar. A Grande São Paulo, que inclui a capital, está na fase amarela, em que restaurantes e comércio podem funcionar até 22h.
O coordenador-executivo do comitê de saúde do governo, João Gabbardo, disse que as novas recomendações de restrições foram apresentadas ao governo nesta segunda.
“O centro de contingência apresentou hoje ao governador algumas recomendações extraordinárias, além daquilo que está previsto no Plano são Paulo. O governo está fazendo a análise dessas recomendações, e essas medidas serão anunciadas na quarta-feira, para já começarem a valer na sexta-feira”, disse Gabbardo.
De acordo com o médico, as novas restrições devem ser relacionadas a mobilidade de pessoas no estado.
“São recomendações que vão tratar da redução da mobilidade, redução da movimentação das pessoas, e que é o que a gente pode fazer neste momento para reduzir essa taxa de transmissibilidade”, explicou.
Recorde de pacientes em UTI
Nesta segunda-feira (22), o secretário de Saúde disse, em entrevista a jornalistas, que o total de pacientes internados em UTI registrado atualmente é o maior desde o início da pandemia.
No entanto, em 5 de julho, o próprio governo estadual divulgou um número superior, de 6.416 pessoas em UTIs no estado, em comunicados oficiais enviados à imprensa.
Questionada, a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde disse nesta segunda (22) que o número publicado em julho está incorreto. No entanto, a pasta não informou qual seria o número correto para esta data.
Mortes e casos
O estado de São Paulo chegou nesta segunda-feira (22) ao total de 57.842 mortes por Covid-19 e 1,9 milhão de casos confirmados desde o início da pandemia. Nas últimas 24 horas, foram registrados 43 novos óbitos e 2.550 novos casos.
A média móvel diária de mortes, que considera a média dos registros dos últimos sete dias, é de 220 nesta segunda-feira (14). O valor é 6% menor do que o registrado há 14 dias, o que para especialistas indica tendência de estabilidade da epidemia. Como o cálculo da média móvel leva em conta um período maior que o registro diário, é possível medir de forma mais fidedigna a tendência da pandemia.
O estado já permanece há 45 dias seguidos com média de mortes acima de 200, o que aponta estabilidade em um patamar muito elevado.
Já a média móvel de casos é de 8.938 nesta segunda. O valor é 12% menor do que o registrado há 14 dias, o que para especialistas também indica tendência de estabilidade.
Nesta segunda-feira (22), a taxa geral de ocupação de leitos de UTI é de 67,9% no estado e 67,8% na Grande São Paulo.
Observação: Em 17 de maio de 2020, a Grande São Paulo atingiu o maior valor de ocupação de leitos de UTI, com 92,1% (veja o gráfico acima). A taxa de ocupação é um indicador diferente do número absoluto de pacientes internados em UTI, que foi mencionado no início desta reportagem.
G1