Um aumento da oferta de chips reduzirá um problema grave da indústria
Hyundai, a fabricante de robôs industriais ABB e a Electrolux estão vendo uma redução na falta de chips no mercado, disseram executivos das empresas nesta quinta-feira (21).
Um aumento da oferta de chips reduzirá um problema grave de uma indústria que também está enfrentando inflação de matérias-primas e energia e taxas de juros crescentes que estão pesando sobre a demanda do consumidor.
A Hyundai divulgou nesta quinta-feira que teve o melhor lucro trimestral em oito anos, impulsionada pela melhora na oferta de microprocessadores, o que a ajudou a companhia a retomar horas extras e turnos de fim de semana em fábricas na Coreia do Sul. Agora, a montadora planeja aumentar a produção de veículos no segundo semestre para atender à demanda.
A ABB, uma grande fornecedora da indústria automotiva, também mencionou melhora na oferta de semicondutores. A empresa prevê um crescimento de receita de dois dígitos nos próximos três meses sobre um ano antes por conta da redução na escassez de componentes eletrônicos.
“O boa notícia é que está melhorando” a oferta de chips, disse o presidente-executivo da ABB, Bjorn Rosengren. O quadro de escassez no início do ano era “severo”, segundo ele.
“Os compromissos de entrega de nossos fornecedores estão significativamente melhores”, disse ele.
A capacidade de produção dos fabricantes de chips está aumentando, disse Rosengren, enquanto a demanda de outros setores, como eletrônicos de consumo, parece menor, permitindo que mais chips fiquem disponíveis aos clientes industriais como a ABB.
“Eu não diria que os problemas acabaram, mas temos compromissos para o segundo semestre que parecem muito bons”, disse ele sobre os fornecedores.
A fabricante finlandesa de equipamentos de telecomunicações Nokia também mencionou que espera que a escassez global de semicondutores diminua ainda este ano, depois de divulgar lucro operacional trimestral acima das expectativas do mercado.
“A direção geral da indústria de semicondutores é positiva no momento, mas continuamos a ter restrições no segundo trimestre”, disse o presidente-executivo da Nokia, Pekka Lundmark.
Mas o cenário não é todo positivo para empresas que enfrentam também interrupções causadas pela guerra na Ucrânia e paralisações relacionadas à pandemia em partes da China.
A Electrolux descumpriu previsões de resultado do segundo trimestre, atingida por problemas na cadeia de suprimentos e impactos em seus negócios na América do Norte.
A maior fabricante de eletrodomésticos da Europa disse esperar que essas restrições na cadeia de fornecedores diminuam no segundo semestre, mas alertou para os riscos contínuos de interrupção relacionados à covid-19 e à crise na Ucrânia.
Ainda assim, o presidente-executivo da Electrolux, Jonas Samuelson, disse que a situação do fornecimento, inclusive de chips, parece melhor para o terceiro e quarto trimestres em relação aos trimestres anteriores.
“Passo a passo, estamos voltando a um ambiente de fornecimento mais normalizado”, disse ele a analistas e jornalistas.
Agência Brasil