A África do Sul pode registrar até 50 mil mortes pelo novo coronavírus e confirmar cerca de 3 milhões de infecções até o fim do ano, à medida que o inverno no Hemisfério Sul se aproxima e leva a uma taxa mais alta da doença, mostraram estudos científicos nesta quinta-feira (21).
O país já tem o maior número de infecções e mortes no continente, com mais de 18 mil casos confirmados e 339 óbitos, mas um confinamento nacional em vigor há seis semanas retardou a disseminação do vírus.
No entanto, cientistas e estatísticos contratados pelo Ministério da Saúde para verificar a disseminação da doença disseram que o país poderá ter entre 35 mil e 50 mil mortes causadas pelo vírus até novembro.
“Nós realmente não achatamos a curva”, disse o especialista Harry Moultrie em uma apresentação na televisão. “Também temos algumas preocupações significativas de que, devido ao foco na covid-19, isso possa comprometer outras áreas, como o HIV e a tuberculose”.
As análises, que consideram os melhores e os piores cenários, registram o máximo de 3 milhões de casos de coronavírus até novembro, enquanto a demanda por leitos hospitalares atinge um pico de 45 mil, cerca de dez vezes a disponibilidade atual de leitos de terapia intensiva.
Um dos levantamentos mostrou que a quarentena reduziu a taxa de infecção em 60%, que desde o início de maio, quando as restrições foram suavizadas, caiu para 30%.
“Com o lockdown, estávamos criando uma barreira física que impede o vírus de se disseminar”, disse o ministro da Saúde, Zweli Mkhize.
“A quarentena teve um valor particular. Agora, estamos tentando mudar para uma estratégia ligeiramente diferente, que é a abordagem ajustada ao risco”.
Agência Brasil