Detentos de Goiás poderão fazer uso de teleconferência com familiares

Detentos de Goiás poderão fazer uso de teleconferência com familiares

Diante da suspensão de visitas presenciais, devido às medidas de contenção da pandemia de Covid-19, doença causada pelo coronavírus Sars-Cov-2, a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) começou a implementar na última semana videoconferências entre presos e familiares. No entanto, comissão penitenciária da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) afirma que há impedimento de os presos contatarem advogados.

O primeiro teste com a tecnologia foi realizado ainda na tarde de terça-feira, 14, com uma detenta da Penitenciária Feminina Consuelo Nasser, unidade localizada no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Ainda não há um cronograma sobre a aplicação nas outras unidades, mas a ideia é que haja a expansão por todo o estado.

Na videoconferência teste, a duração foi de cinco minutos e teve acompanhamento de perto por servidores da unidade. Para ter acesso, os familiares, que já possuem cadastro no sistema de visitas, deverão agendar previamente junto à administração das unidades prisionais.

A ideia da Administração Penitenciária é aproximar os familiares dos presos, sem colocar em risco ambos.

Visitas

O advogado, membro da comissão de direito penitenciário da OAB, Piterson Maris, alerta, por outro lado, que há pelo menos 30 dias o contato entre detento e advogado está prejudicado, sem chegar a um ponto comum que favoreça o direito de defesa. Segundo ele, foi solicitado junto à administração prisional do estado.

Piterson diz a relação entre advogado e cliente é toda feita através de procuração. O defensor deve entregar o documento para um servidor da penitenciária em que questão, que repassa ao detento. Ao colher a assinatura, o servidor devolve o documento ao defensor. “Não está funcionando. Nosso direito, o direito do cidadão de ter acesso a defesa está sendo vilipendiado”, diz.

O advogado, em conjunto com outros defensores, solicitaram também a possibilidade de uso de interfone para falar com os detentos, mas não houve resposta. Outra proposta é a entrada dos defensores, de forma ordenada e restrita, com luvas, máscaras e com uso de álcool em gel. No entanto, segundo Piterson também não houve respostas.

“O direito dos detentos estão sendo negados há um mês. Se trata de uma utopia, a videochamada quando nem o básico funciona”, alerta.

Portaria publicada no dia 13 de março pela Diretoria-Geral de Administração Penitenciária suspendeu qualquer tipo de visita dentro dos presídios goianos, como parte do plano estadual de contenção do coronavírus. A suspensão também atingiu a entrega particular de alimentos e produtos de higiene pessoal.

A reportagem procurou a DGAP para comentar as denúncias feitas pelo advogado, mas obteve resposta até o fechamento da matéria.

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